sábado, 11 de abril de 2009

COMPARAÇÃO ENTRE CALVINISMO E CATOLICISMO

Vou fazer a devida comparação entre catolicismo e calvinista, partindo do esquema da TULIP:

TULIP é um acróstico, atribuindo a cada letra um significado, na língua inglesa, como iremos ver: t = total depravity ou total inabilityunconditional election ("eleição incondicional"); l = limited atonement ("expiação limitada"); i = irresistible grace ("graça irresistível"); e p = perseverance of saints ("perseverança dos santos"). Cada um desses cinco artigos ou pontos é representado, assim, por uma letra do pentagrama calvinista (TULIP) e resumem o que há de fundamental em toda a visão calvinista da salvação e da predestinação. ("depravação total" ou "incapacidade total"); u =
O símbolo desse acróstico é uma flor, a tulipa (em inglês, tulip).

t - TOTAL DEPRAVITY - para os calvinistas, a queda do homem afetou a sua natureza no que era essencial, de sorte que a vontade e a inteligência do homem ficaram corrompidas (as potências da alma); no catolicismo, a queda do homem afetou a seus dons sobrenaturais e preternaturais, não poderia teria ter-lhe destruído a natureza, posto que o destruiria naquilo que o distingue como ser humano (ser intelectual, dotado de alma intelectual).

u - UNCONDITIONAL ELECTION - no catolicismo, a predestinação (da graça à glória) é incondicionada, e isso é "de fide"; a reprovação é incondicional e negativa; para os calvinistas, não há a preocupação em ensinar uma reprovação incondicional negativa, posto que geralmente não há a identificação do bem com o ser; nem de Deus como o Ser, na sua essência; logo, o mal assume conotação de "ser", conjuntamente com o bem (desprezo à metafísica, que é uma ciência, em decorrência da desconfiança do calvinista em relação à razão).

l - LIMITED ATONEMENT – para o calvinista, Cristo morreu somente pelos eleitos. Para o católico, Cristo não morreu somente pelos eleitos (isso é "de fide"). Explicação: os batizados recebem a graça da justificação em virtude dos méritos da Paixão de Cristo; nem todos os batizados podem ter certeza de que serão eleitos (a predestinação à graça não é à glória), portanto, Cristo morreu por todos os batizados e não somente pelos eleitos. A doutrina católica não exige como que "de fide" que Cristo tenha morrido por todos os homens, mas o ensino do "Catecismo Romano" é de que assim é quanto à virtude, mas não quanto à eficácia. Por isso, no Missal, se diz "pro multis".

i - IRRESISTIBLE GRACE - a graça eficaz é admitida pelo catolicismo, mas essa graça excita à cooperação do homem, sendo o livre arbítrio o veículo ou o meio no qual a graça age; no calvinismo, não há diferenças (cf. Confissão de Fé de Westminster, III,1), embora, para muitos, o livre arbítrio seja incapaz de cooperar, por estar inclinado para o mal (Lutero). A distinção entre a graça eficaz e graça suficiente encontra analogia na distinção calvinista entre graça especial e graça comum.

p - PERSEVERANCE OF SAINTS - no catolicismo, o dom da perseverança (em especial, a perseverança final) é sempre um dom gratuito de Deus aos eleitos, a diferença é que os calvinistas acreditam que esse dom seja certamente recebido por todos os justificados.

Todos os artigos disponíveis neste sítio são de livre cópia e difusão deste que sempre sejam citados a fonte e o(s) autor(es).MACHADO, Rui. Apostolado Veritatis Splendor: COMPARAÇÃO ENTRE CALVINISMO E CATOLICISMO. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/4246. Desde 06/06/2007.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O Novo Calvinismo

Se você quer realmente seguir o desenvolvimento do cristianismo conservador, rastreie as suas músicas de sucesso. No início do século xx, você ouviria “Rude Cruz”, uma celebração da expiação. Nos anos 1980, você teria compartilhado a intimidade do tipo “Jesus é meu amigo”, expressada na canção “Brilha, Jesus”. Hoje, as músicas de sucesso retratam cada vez mais um Deus que é muito grande, enquanto nós… bem, ouça a banda de David Crowder: “Estou cheio de terra/ Tu és o tesouro do céu/ Estou sujo de lama/ Inclinado à depravação”.


O calvinismo está de volta, e não apenas no âmbito da música. A resposta de João Calvino, no século xvi, aos excessos do catolicismo na forma de “compre o seu livramento do purgatório” é a mais recente história de sucesso do evangelicalismo [americano], uma história completa: com uma Deidade totalmente soberana que administra as coisas mínimas, uma humanidade pecaminosa e incapaz e, a combinação da conseqüência lógica, a predestinação: a crença de que, antes de o tempo surgir, Deus resolveu a quem salvaria (ou não), sem influenciar-se por qualquer ação ou decisão humana subseqüente.

O calvinismo, primo de outro pilar da Reforma, o luteranismo, é bem menos rígido do que os seus críticos afirmam. O calvinismo oferece uma Deidade firme que orquestra absolutamente tudo, incluindo a enfermidade (ou o arresto da casa!), por meio de uma lógica que talvez não entendamos, mas não temos de criticar depois que vemos os resultados. Nossa satisfação — e nosso propósito — se realiza apenas ao glorificá-Lo. No século xviii, o pregador puritano Jonathan Edwards revestiu o calvinismo de um misticismo quase extasiante. Mas logo o calvinismo foi vencido nos Estados Unidos por movimentos como o metodismo, que eram mais impressionados com a vontade humana. Grupos liberais descendentes dos calvinistas, como a Igreja Presbiteriana (EUA) [PCUSA], descobriram outra ênfase, enquanto o evangelicalismo perdia o interesse por uma doutrina consistente (havia o triunfo daquele Jesus amável e impreciso) e parecia relegar a pregação reformada fiel (a palavra reformado é um sinônimo de calvinista) a algumas poucas igrejas persistentes do sul [dos EUA].

Isso não acontece mais. Os ministros e autores neo-calvinistas não agem numa escala como Rick Warren. Contudo, ouça Ted Olsen, editor-chefe da revista Cristianity Today: “Todos sabem onde estão a energia e a paixão no mundo evangélico” — com o neo-calvinista pioneiro John Piper, de Minneapolis, com Mark Discroll, o brigão de Seattle, e Albert Mohler, presidente do Southern [Theological Baptist] Seminary, da grande Convenção Batista do Sul [dos EUA]. A Bíblia de Estudo ESV, com sabor calvinista, esgotou a sua primeira tiragem; blogs reformados como Between Two Worlds estão entre os links mais populares do ciberespaço cristão.

À semelhança dos calvinistas, os evangélicos mais moderados estão explorando curas para o desvio doutrinário do movimento, mas não podem oferecer a mesma segurança coletiva. “Muitos jovens cresceram em cultura de destruição, divórcio, drogas e tentação sexual”, disse Collin Hansen, autor de Young, Restless, Reformed: A Journalist’s Journey with the New Calvinists. “Eles têm muitos amigos; o que precisam é de um Deus.” Mohler disse: “No momento em que alguém começa a definir o ser ou os atos de Deus biblicamente, essa pessoa é levada a conclusões que são tradicionalmente classificadas como calvinistas”. De fato, essa presunção de inevitabilidade tem atraído acusações de arrogância e divisionismo desde a época de Calvino. Na verdade, alguns dos entusiastas de hoje sugerem que os não-calvinistas podem não ser cristãos. Pequenas disputas entre os batistas do sul [dos EUA] (que têm um grupamento concorrente de não-calvinistas) e trocas de ameaças on-line são um mau presságio.

Em julho próximo, se dará o 500º aniversário de nascimento de Calvino. Será interessante observar se o último legado de Calvino será a difamação protestante clássica ou se, durante estes tempos difíceis, mais cristãos que buscam segurança sujeitarão a sua vontade ao Deus severamente exigente dos primórdios de seu país.

Traduzido por Franklin Ferreira

George Müller (1805-1898)


O gigante da fé, George Müller (1805-1898), nasceu na Alemanha, e converteu-se com idade de 20 anos numa missão morávia. Foi para a Inglaterra em 1829, onde trabalhou para o Senhor até o final de sua vida.

Em 1830, três semanas depois de seu casamento, Müller e sua esposa decidiram abrir mão de seu salário como pastor de uma pequena congregação, e depender exclusivamente de Deus para suas necessidades. Já desde o início, ele tomou a posição que manteria durante todo o seu ministério, de nunca revelar suas necessidades às pessoas, e de nunca pedir dinheiro de ninguém, somente de Deus. Ao mesmo tempo, decidiu que também nunca entraria em dívida por motivo algum, e que não faria reservas, nem guardaria dinheiro para o futuro.

Durante mais de sessenta anos de ministério, Müller iniciou 117 escolas que educaram mais de 120.000 jovens e órfãos; distribuiu 275.000 Bíblias completas em diferentes idiomas além de grande quantidade de porções menores; sustentou 189 missionários em outros países; e sua equipe de assistentes chegou a contar com 112 pessoas.

Seu maior trabalho foi dos orfanatos em Bristol, na Inglaterra. Começando com duas crianças, o trabalho foi crescendo com o passar dos anos, e chegou a incluir cinco prédios construídos por ele mesmo, com nada menos que 2000 órfãos sendo alimentados, vestidos, educados e treinados para o trabalho. Ao todo, pelo menos dez mil órfãos passaram pelos orfanatos durante sua vida. Só a manutenção destes órfãos custava 26 mil libras por ano. Nunca ficaram sem uma refeição, mas muitas vezes a resposta chegava na última hora. Às vezes sentavam para comer com pratos vazios, mas a resposta de Deus nunca falhava.

No decorrer da sua vida, Müller recebeu o equivalente a sete milhões e meio de dólares, como resposta de Deus. Além de nunca divulgar suas necessidades, ele tinha um critério muito rigoroso para receber ofertas. Por mais que estivesse precisando (pois em milhares de ocasiões não havia recursos para a próxima refeição), se o doador tivesse outras dívidas, se tivesse evidência de que havia alguma atitude errada, ou alguma condição imprópria, a oferta não era aceita.

E mesmo quando tinha certeza de que Deus estava dirigindo para ampliar o trabalho, começar uma outra casa, ou aceitar mais órfãos, ele nunca incorria em dívidas. Aquilo que Deus confirmava como sua vontade certamente receberia os recursos necessários, e por isto nunca emprestava nem contraía obrigações sem ter o necessário para pagar.

A seguir um trecho da sua autobiografia, onde ele define sua posição com relação a dívidas:
Minha esposa e eu nunca entramos em dívidas porque acreditávamos que era contrário às Escrituras (Rm 13.8). Por isto, nunca tivemos contas para o futuro com alfaiate, açougue, padaria ou mercado. Pagamos por tudo em dinheiro. Preferimos passar necessidade do que contrair dívidas. Desta forma, sempre sabemos quanto temos, e quanto podemos dar aos outros. Muitas provações vêm sobre os filhos de Deus por não agirem de acordo com Romanos 13.8.

Alguns podem perguntar: Por que você não compra o pão, ou os alimentos do mercado, para pagar depois? Que diferença faz se paga em dinheiro no ato, ou somente no fim do mês? Já que os orfanatos são obra do Senhor, você não pode confiar que ele supra o dinheiro para pagar as contas da padaria, do açougue, e do mercado? Afinal, todas estas coisas são necessárias para a continuidade da obra.

Minha resposta é a seguinte: Se esta obra é de Deus, certamente ele tanto quer como é capaz de suprir todo o necessário. Ele não vai necessariamente prover na hora que nós achamos que deve. Mas quando há necessidade, ele nunca falha. Podemos e devemos confiar no Senhor para suprir-nos com o que precisamos no momento, de forma que nunca tenhamos que entrar em dívida.

Eu poderia comprar um bom estoque de mantimentos no crediário, mas da próxima vez que estivéssemos em necessidade, eu usaria o crediário novamente, ao invés de buscar o Senhor. A fé, que somente se mantém e se fortalece através de exercitar, ficaria mais e mais fraca. No fim, provavelmente acabaria atolado em grandes dívidas, sem perspectiva de sair delas.

A fé se apóia na Palavra Escrita de Deus, mas não temos nenhuma promessa de que ele pagará nossas dívidas. A Palavra diz: "A ninguém fiqueis devendo coisa alguma" (Rm 13.8), e: "Quem nele crer não será de modo algum envergonhado" (1 Pe 2.6). Não temos nenhuma base bíblica para entrar em dívidas.
Nosso alvo é mostrar ao mundo e à igreja que mesmo nestes dias maus do tempo do fim, Deus está pronto para ajudar, consolar, e responder às orações daqueles que confiam nele. Não precisamos recorrer a outras pessoas, nem seguir os caminhos do mundo. Deus tanto é poderoso, como desejoso, de suprir todas nossas necessidades no seu serviço.

Consideramos um precioso privilégio continuar a esperar no Senhor somente, ao invés de comprar mantimentos no crediário, ou de emprestar de bondosos amigos. Enquanto Deus nos der graça, olharemos somente para ele, mesmo que de uma refeição para a próxima tivermos que depender do seu suprimento. Já faz dez anos que trabalhamos com estes órfãos, e ele nunca permitiu que passassem fome. Ele continuará a cuidar deles no futuro também.

Estou profundamente consciente da minha própria incapacidade e dependência no Senhor. Pela graça de Deus, minha alma está em paz, embora dia após dia tenhamos que esperar a provisão milagrosa do Senhor para nosso pão diário.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...