terça-feira, 31 de agosto de 2010

Karl Barth, o inferno e a imortalidade da alma

angelico63jpg_1Excertos dos Comentários de Karl Barth ao Credo Apostólico, especificamente quanto aos artigos:- Foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao inferno...- De onde virá para julgar os vivos e os mortos...
"Finalmente, se, sem cessar de ser Deus, Deus em Jesus Cristo adentrou na provação, se Jesus Cristo desceu ao inferno e, assim, até duvidou de Si próprio como sendo um Deus e homem, que mais podemos supor a não ser que Ele fez isso por nós também, e, assim, livrou-nos disto? Não é mais necessário irmos ao inferno. Não mais precisaremos ir ao inferno para lá perguntarmo-nos: por que Deus nos desamparou? Se pensamos que temos lugar para esta questão, devemos considerar que Jesus Cristo a fez há muito tempo e a respondeu em nosso lugar. Como pôde o Seu caminho para o inferno ter sido outro que não o de um caminho vitorioso? E por este caminho vitorioso Ele fez uma pausa para que tomássemos fôlego; isto é a paz que guarnece nossos corações e mentes, que é e continua a ser paz em face de toda provação, pois, além de toda compreensão, esta é a Sua própria paz, a paz de Deus".

(BARTH, Karl. Credo. Comentários ao Credo Apostólico. São Paulo: Novo Século, 2003. p. 102)

heavenpa048-791283"Ele, em quem a compaixão de Deus conquistou a natureza humana; Ele divide naquilo que Ele decide; Ele coloca a ovelha sobre a mão direita, e as cabras na esquerda; Ele recompensa os que fazem boas obras e pune os que fazem obras do mal; Ele conduz à felicidade eterna e lança no tormento eterno. Na verdade, ter que encarar esta decisão e divisão é um assunto muito sério. Mas, a seriedade deste julgamento é divina e não meramente uma seriedade humana qualquer, mesmo da mais alta religiosidade e moral, ou da mais profunda seriedade teológica. Aqui o primeiro torna-se o último, e o último o primeiro, e a medida usada para medir será o valor presente da graça irrestrita em nossa vida e, portanto, nenhuma medida humana. Observe que mesmo a melhor camuflagem teológica e defesas não irão nos ajudar. Nem todos os ortodoxos, nem todos os beatos, nem mesmo todos os seguidores do Kohlbrügge entrarão no céu! Os olhos do Filo de Deus verão sempre muito mais agudamente que quaisquer olhos humanos. Provavelmente mesmo os supostos publicanos que nunca poderiam obter seus suprimentos de louvada "graça, a graça inteira e nada senão a graça", são aqui desmascarados como fariseus, e todas as espécies de aparentes fariseus com um coração publicano, que somente Deus conheceu, irão voltar para suas casas justificados. Iniqüidade que depois de tudo é para ser reconhecida como o único, real e imperdoável pecado, o pecado contra o Espírito Santo; é sempre um pouco mais obscuro, na atua realidade, do que alguém poderia muito bem supor que fosse. Antes do julgamento de Cristo isto não permanecerá escondido. Aqui cada um será compensado de acordo com a sua obra, de acordo com a fé ou a descrença com que viverá pelo resto de seus dias. A fé ou a descrença na compaixão de Deus, porém isto não de acordo, alguma vez, com qualquer boa exposição acerca de uma ou de outra, mas de acordo com o quanto atualmente é vivida!"

(BARTH, Karl. Credo. Comentários ao Credo Apostólico. São Paulo: Novo Século, 2003. p. 127-128)
FONTE: http://www.e-cristianismo.com.b
Karl Barth
Karl Barth (10 de Maio de 188610 de Dezembro de 1968) foi um teólogo cristão-protestante , pastor da Igreja Reformada, e um dos líderes da teologia dialética e da neo-ortodoxia protestante.
Nasceu na Basiléia e foi criado em Berna (ambas na Suíça). De 1911 a 1921 foi pastor da aldeia de Safenwil no cantão de Aargau. Lecionou teologia em Bonn, Alemanha, mas, em 1935, recusou-se a apoiar Adolf Hitler e teve que deixar o país, retornando à Basiléia. Tornou-se um dos líderes da Igreja Confessante, grupo oposto ao Movimento Cristão Alemão. Foi o principal redator da Declaração Teológica de Barmen.
Originalmente treinado na Teologia Protestante Liberal, desapontou-se com ela devido aos males e horrores da Primeira Guerra Mundial.
Em algum momento de sua carreira teológica, migra da teologia puramente dialética e passa a utilizar a analogia da fé. Para ele, a analogia seria a única forma viável de se falar de Deus
Principais Obras
Suas principais obras são:
Fonte: WIKIPIDIA

KARL BARTH



Teólogo protestante suíço nascido em Basiléia, conhecido como o criador da teologia dialética do século XX. Estudou nas universidades de Berna, Berlim e Tübingen, e Marburg.

Foi editor-assistente do jornal Die Christliche Welt, pároco da Igreja Reformada Alemã em Genebra e pastor em Safenwill, ainda na Suíça. Lecionou teologia nas universidades alemãs de Göttingen, de Munique e de Bonn, de onde foi demitido pelo governo nazista (1935) e teve seus diplomas de teologia anulados devido a sua posição antinazista.

Voltando a Suíça, organizou a resistência dos pastores ao nacional-socialismo, dirigiu outros movimentos de âmbito internacional, defendeu os operários de Viena e os republicanos espanhóis. Com o fim da guerra, voltou à cátedra de Bonn, depois à de Basiléia, onde se aposentou (1961). Morreu em Basel e seus principais livros foram Der Römerbrief (1919) e Die Christliche Dogmatik (1932-1969), obra em 26 volumes.

Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/

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