domingo, 30 de janeiro de 2011

Colarinho Clerical


ORIGEM E SIGNIFICADO
O uso de vestes especiais por parte dos oficiais da igreja serve para representar o seu ministério entre o povo. Entre estas vestes especiais se destaca o colarinho clerical. Este é normalmente o colarinho de uma camisa ou colete com uma aba branca destacável frente. Originalmente era feito de algodão ou linho, mas normalmente é feito hoje de plástico. Às vezes (especialmente na prática católica romana) a aba é fixa com um colarinho que cobre quase completamente, deixando um quadrado branco pequeno à base da garganta. Em muitas igrejas e em muitos locais, por não saberem da origem e do significado, não se aceita o uso de colarinho clerical. Com a devida orientação os cristãos passarão a entender a conveniência e a oportunidade do seu uso.

Origem e uso: O colarinho clerical é uma invenção bastante moderna (é provável que tenha sido inventado em 1827). Aparentemente, foi inventado pelo Rev. Dr. Donald McLeod, pastor anglicano. Foi desenvolvido para ser usado no trabalho cotidiano do ministro (mais prático que a batina). Hoje é usado por pastores nas diversas denominações Cristãs como presbiteriana (é dito que o colarinho clerical se originou na Escócia), luterana, metodista, pentecostais e, também, por ministros Cristãos não denominacionais. Os católicos romanos passaram a usá-lo a partir do Concilio Vaticano II, em substituição a batina, em situações especiais, essa adoção deve-se aos padres Jesuítas. É usado por todos os graus de clero: bispos, presbíteros (padres) e diáconos, e também por seminaristas. Na tradição Oriental, às vezes, os subdiácono e leitores também o usam.

Significado: O colarinho clerical simboliza que quem o usa é um servo, pois este colarinho estava ao redor do pescoço dos escravos no mundo antigo. As pessoas que o usam servem como Ministros de sua Palavra. Toda a igreja tem compromisso com o testemunho de Cristo no mundo, no entanto, o pastor compromete-se de modo específico com o Ministério da Palavra. Assim, o colarinho clerical simboliza esse compromisso pastoral com o anúncio do Evangelho. O colarinho branco sobre fundo preto envolvendo a garganta é simbólico da Palavra de Deus proclamada.

Relevância: O uso de símbolos é um sinal e um testemunho vivo de Deus no mundo secularizado. Pois uma das características do movimento de secularização o desprezo por sinais e símbolos religiosos. Para as pessoas o fato de ver um ministro com o colarinho clerical já é um testemunho de fé. Assim como vendo um militar lembramos-nos da Lei, e vendo um enfermeiro (a) com seu uniforme branco lembramos o hospital. Igualmente é válido para os pastores que freqüentam lugares públicos usar o colarinho clerical.

Conclusão: O Revmº. Robinson Cavalcanti, Bispo anglicano, testemunha: “Sempre viajo, e me dirijo a eventos públicos, vestido de colarinho clerical (clergyman), sem vergonha de ser cristão e de ser ministro do Evangelho. Se pouquíssimas vezes fui por isso hostilizado na Universidade, perdi a conta das centenas de oportunidades para testemunhar de Cristo, a partir desse aspecto visual”. Em nosso mundo dessacralizado, os símbolos não podem ser esquecidos. Não podemos nos conformar com o século. O colarinho clerical é um símbolo importante. Sacraliza visivelmente o mundo sinalizando a dedicação ao ministério.

Rev. Jaziel Cunha, Igreja Presbiteriana Conservadora.
Blog presbiterianos calvinistas

sábado, 29 de janeiro de 2011

SANTIDADE

" Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor " Hb 12.14.

Nessa reflexão nosso objetivo é de apresentar três lições básicas relacionadas a Santidade.

1. Devemos ser santos porque esta é a vontade de Deus
Deus é santo, e como servos de Deus devemos também ser santos. Em toda a Bíblia Deus exige que sejamos santos,logo, precisamos regar nossas vidas com oração, leitura da Bíblia e com uma vida coerente ás Escrituras.
Seguindo o conselho de Paulo ao pastor , Timóteo, temos que exercitar a piedade.

2. Devemos ser santos,porque essa é a única evidência segura de que possuímos a fé salvadora

Cantar na igreja, pregar longos e profundos sermões, dar o dizimo de tudo quanto recebe não é a prova de que somos salvos. O verdadeiro cristão é conhecido pelos frutos, ou seja, pelas suas ações e modo de viver. Os que tem a fé salvadora, não pelos seus meritos, mais pela graça soberana de Deus vivem em santidade, pois tal fé os conduz a uma vida de arrependimento e comunhão com Deus.

3. Devemos ser santos porque essa é a única prova de que amamos ao Senhor Jesus Cristo com sinceridade

Quando se ama alguém não se mede esforços para agrada-la,pois dessa forma tentasse mostrar que gostamos e amamos tal pessoa. Se amamos a Deus, esse amor precisa ser sincero e verdadeiro. Atravéz da vida de santidade mostramos nossa sinceridade, amor e devoção a Deus. A obediencia é a única prova de amor e lealdade ao Senhor.

Se você que ser santo deve sentir o seu pecado e fraqueza e correr pra Jesus. Somente atravéz de uma vida de santidade veremos o Senhor!

Taciano Cassimiro

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Nem Sempre a Primeira Impressão É a Que Fica


Por
Taciano Cassimiro
Com certeza você já ouviu a seguinte frase “ A primeira impressão é a que fica”. Será que está frase expressa realmente a verdade, será que ao primeiro contato é possível chegarmos a obter verdadeira impressão da pessoa que está a nossa frente?
Em Atos dos apóstolos 28.1-6 tem um relato bastante interessante a respeito de como as pessoas que estão à volta de Paulo, o apostolo, mudam de parecer, de impressão à medida que algumas coisas vão acontecendo.
Paulo depois de uma viagem marítima cansativa, danosa e atribulada, precisando nadar até a costa para sobreviver, bem como os 276 passageiros que estavam com ele, como prisioneiros, chegaram a uma ilha chamada Malta, que é a maior das cinco ilhas que constituem o arquipélago que conforma a República de Malta. Está localizada no meio do mar Mediterrâneo, ao sul da Itália e ao norte da África.
Vejamos a dinâmica dos acontecimentos na Ilha de Malta:
1. O apostolo Paulo é visto como naufrago
Após o naufrágio Paulo chega em terra e é recebido pelos bárbaros, não confundir com homens cruéis e sem afeto. Bárbaros aqui “ é alguém que fala uma língua estrangeira “. O historiador e médico, Lucas, faz questão em dizer que foram recebidos com “ humanidade “ e esta “ singular “. Os bárbaros fizeram jus ao significado da ilha “ lugar de refúgio “. Os mesmos prepararam fogueira e acolheram a todos como prova de cuidado, atenção e amor ao próximo.
Naquela ocasião, Paulo, e os demais foram vistos, não como criminosos, embora, Paulo, não fosse, mas estava nas condições de um. Por um momento, foram vistos como dignos de misericórdia, socorro e afeto.
Portanto, a primeira impressão foi “ Paulo era um náufrago “ e como tal deveria ser alvo da misericórdia e cuidados dos bárbaros. Temos aqui uma grande lição de acolhimento, serviço e proteção.
Paulo de fato estava na condição de náufrago, não era conhecido pelos malteses, era um completo estranho, logo, a única impressão que os ilhéus podia extrair era a da figura de um sobrevivente, de um naufrago. Porém, Paulo não era só isso, era um apostolo, prisioneiro de Cristo, e por causa de acusações dos judeus, tornou-se prisioneiro de Roma, sendo conduzido a mesma para a presença de Cesar, pois como cidadão romano podia ser julgado perante o imperador.
A falta da convivência não nos permite ter a noção exata da pessoa os das pessoas que estão diante de nós, o tempo e as circunstâncias nos permitirão ter uma idéia melhor das pessoas ou pessoa que se relaciona conosco. A dinâmica da vida providenciará os meios.
2. O apostolo Paulo é visto agora como um assassino
Depois de ter recebido todo o cuidado dos bárbaros, Paulo, dando sua parcela de contribuição pega um feixe de gravetos e inesperadamente é mordido. De imediato o acontecimento muda a concepção dos ilhéus acerca de Paulo. Pois imagine, um homem que enfrentou a fúria do mar, sobreviveu depois de ter nadado até chegar em terra firme. Agora, quando tudo ia bem, é mordido por uma víbora, ainda que alguns contestem acerca da víbora ser ou não venenosa, pela reação dos ilhéus é possível denotar que era uma víbora venenosa. E além desta reação, temos a palavra grega traduzida por “víbora” que é usada para designar animais perigosos e cobras venenosas. Depois do acontecido os bárbaros deduziram agora que Paulo era um assassino, pois mesmo tendo escapado do mar, a justiça não o deixa viver. Temos aqui na vida de Paulo o cumprimento daquela frase tão conhecida “ nadou, nadou, e acabou morrendo na praia!” pelos menos na mente dos ilhéus, não a frase, mais a idéia foi cogitada.
Perceberam que à medida que algumas coisas foram acontecendo às impressões acerca de Paulo iam se alterando? De naufrago, para assassino digno de morte.
Isso também acontece a nossa volta todo dia. Na medida em que algumas coisas acontecem, principalmente na igreja, as pessoas, ou melhor, os irmãos, mudam de opinião a nosso respeito, e em muitas situações acompanhamos essa dinâmica.
3. O apostolo Paulo é tido como um “ deus “
Estamos agora diante da distorção maior, que alguém pode ter acerca de outra. A declaração dos bárbaros “ diziam ser ele um deus “ traz serias implicações, como: adoração, serviço e temor. Paulo após ser mordido e não vindo a falecer, e é interessante relatar, que os bárbaros aguardavam a morte de Paulo a qualquer momento, enquanto o tempo passava, a cena de morte ia acontecendo, sendo deslumbrada e concluída na mente dos ilhéus que presenciaram Paulo ser mordido.
O tempo passou e Paulo não morreu, contrariando as expectativas. Agora, nada mais justo para os bárbaros “mudar de parecer”. De náufrago, para assassino digno de morte, de assassino para um “ deus “.
Temos aqui o triunfo da ignorância e inversão de valores. Os bárbaros escravos de suas tradições e crenças religiosas não perceberam que estavam diante de um servo de Deus, e não de um deus.
É interessante que a primeira impressão, pelo menos em parte, era a mais próxima da verdade naquele contexto de naufrágio. Porém, ela não durou muito. E finalmente a ultima impressão foi a que prevaleceu, ou seja, Paulo era um deus.
Conclusão
É necessário deixar claro que Paulo simplesmente é um personagem histórico, dentro de um contexto histórico e que não foi o responsável pelas deduções dos habitantes da ilha. Foi salvo da morte por providencia divina, entretanto, não tem nenhuma culpa pelas divagações e conclusões dos tais.
Mesmo assim, é possível ver nesta passagem de Atos dos Apóstolos “ que nem sempre a primeira impressão é a que fica”. E isso, por uma série de fatores que surgem em meio às relações e contatos humanos, seja, na igreja, no trabalho, na escola ou na rua.
Devemos ser cautelosos com as impressões que causamos nas pessoas, e também cuidadosos na impressão que alguém causa em nós. Pois corremos o risco de nos precipitarmos em nosso julgamento e deduções, e no final da história chegarmos a conclusão que de fato “ A PRIMEIRA IMPRESSÃO, NEM SEMPRE É A QUE FICA “.

Taciano Cassimiro
Tanque D’arca-AL

sábado, 22 de janeiro de 2011

Meu amigo Nietzsche

Friedrich Wilhelm Nietzsche (Röcken, 15 de Outubro de 1844 — Weimar, 25 de Agosto de 1900) foi um influente filósofo alemão do século XIX.

Friedrich Nietzsche nasceu numa família luterana em 1844, sendo destinado a ser pastor como seu pai, que morre jovem em 1849 aos 36 anos, junto com seu avô (também pastor luterano). Entretanto, Nietzsche perde a fé durante sua adolescência, e os seus estudos de filologia afastam-no da tentação teológica: "Um outro sinal distintivo dos teólogos é a sua incapacidade filológica. Entendo aqui por filologia "(...) a arte de bem ler – de saber distinguir os factos, sem estar a falseá-los por interpretações, sem perder, no desejo de compreender, a precaução, a paciência e a finesse."


Seus escritos revelam um grande poder de raciocínio, como:

  • A Gaia Ciência, no terceiro capítulo deste livro é lançado o famoso diagnóstico nietzschiano: "Deus está morto. Deus continua morto. E fomos nós que o matamos", proferido pelo Homem Louco em meio aos mercadores ímpios.
  • Assim Falou Zaratustra, um livro para todos e para ninguém.
  • Além do Bem e do Mal, prelúdio a uma filosofia do futuro.
  • O Anticristo.
  • Ecce Homo, como se tornar aquilo que é.
  • Quando Nietzsche Chorou.

Bom, meu interesse aqui é revelar o quanto admiro Nietzsche e seus escritos, e até confesso, caso não fosse Cristão, provavelmente, seria um discípulo de carteirinha do filosofo alemão. Contudo, Nietzsche para mim, não passou de um grande pensador, que não conseguiu compreender a grandeza da revelação de Deus, seja ela, por meio da natureza, da Bíblia ou de Jesus Cristo. A declaração de Nietzsche " Deus está morto " não revela sua sabedoria , mas sua ignorância e incapacidade de ver além dos olhos e da inteligência natural.


Ele afirma "Para mim o ateísmo não é nem uma conseqüência, nem mesmo um fato novo: existe comigo por instinto" (Ecce Homo, pt.II, af.1), o pensamento de Nietzsche é absolutamente contrário a reveleção de Deus e a experiência humana. Não é preciso ser filosofo ou cristão, para concluir, que o pensamento de João Calvino, quando diz, que o homem possui o " senso do divino " é mais que verdadeiro, bíblico, razoável e sábio que o pensamento de Nietzsche. É só estudar a história das grandes civilizações do passado e perceberá que independentemente de qualquer instrução religiosa o homem foi manifestando esse senso do divino, dando provas históricas de que o homem é " um ser religioso e não ateu por natureza". O testemunho das Escrituras Sagradas é de que, o néscio é que diz, " não há Deus ‘ Salmo 14.

Nietzsche muitas vezes é incompreensível em seus escritos, conceitos e até mesmo o foi em sua vida. Entre as loucuras de Nietzsche, e a verdade das Escrituras, fico com as Escrituras que é a revelação de Deus para nós.Tudo que o filosofo Nietzsche escreveu ou falou, já estava predito nas Escrituras, que só os loucos diriam coisas semelhantes às de Nietzsche e o próprio reconhecia isso, pois, é dele a seguinte frase "Se minhas loucuras tivessem explicações, não seriam loucuras."


Não conheci Nietzsche pessoalmente, não apertei sua mão, e nunca lhe dei um bom dia. Quando ele morreu em Weimar, 25 de Agosto de 1900, eu nem era nascido. No entanto li seus escritos, e me considero amigo do filosofo no que diz respeito a paixão pela busca do saber e da verdade, e até compartilho com ele a desconfiança nos idealistas
"O idealista é incorrigível: se é expulso do seu céu, faz um ideal do seu inferno". Geralmente estaremos sempre em pólos diferentes.

Depois de você ter lido estas linhas, provavelmente você chegou a conclusão de que, Eu não sou tão amigo a sim de Nietzsche.


Miss. Taciano Cassimiro

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Inclinando-se diante de Espantalhos: Uma análise da Nova Perspectiva em Paulo Por R. C. Sproul


R. C. Sproul nasceu em 1939, no estado da Pensilvânia. É ministro presbiteriano, pastor da Igreja St. Andrews Chapel, na Florida; fundador e presidente do ministério Ligonier, professor e palestrante em seminários e conferências; autor de dezenas de livros, vários deles publicados em português; possui um programa de rádio chamado: Renove sua Mente, o qual é transmitido para uma grande audiência nos EUA e para mais de 60 outros países; Suas graduações incluem passagem pelas seguintes universidades e centros de estudos teológicos: Westminster College, Pennsylvania, Pittsburgh Theological Seminary, Universidade livre de Amsterdã e Whitefield Theological Seminary. É casado com Vesta Ann e o casal tem dois filhos, já adultos.

“Não somos justificados pela fé por crermos na justificação pela fé. Somos justificados pela fé por crermos no próprio evangelho – em outras palavras, por crermos que Jesus é Senhor e que Deus o ressuscitou dos mortos” – N. T. Wright (“New Perspectives on Paul”, em Justification in Perspective).

Nos anos recentes, N. T. Wright, bispo inglês e erudito em Novo Testamento, emergiu como um ícone de teologia bíblica ao redor do mundo. Sua obra excelente sobre a ressurreição de Cristo tem influenciado muitas pessoas, incluindo Antony Flew, o ex-ateísta e famoso filósofo de seu próprio país, que se converteu ao deísmo. Wright é famoso também por ser um dos principais arquitetos da Nova Perspectiva sobre Paulo, na qual ele redefine a doutrina da justificação de um modo que transcende a disputa histórica entre o catolicismo romano e o protestantismo da Reforma. Em um sentido, Wright diz: “Uma praga em ambas as casas”, afirmando que tanto Roma como a Reforma entenderam errado e distorceram o ponto de vista bíblico quanto à justificação. Em sua resposta à crítica de John Piper à sua obra, Wright expressa condescendente menosprezo por Piper e por todos os que adotam o ponto de vista tradicional protestante quanto à justificação. Wright critica as tradições teológicas que ele acha não entendem o ensino bíblico.

No curso do debate, um dos argumentos mais enganadores e eficazes usado freqüentemente chama-se “falácia do espantalho”. O valor de um espantalho está no fato de que ele é uma imitação de um ser humano e idealizado para afastar alguns pássaros. É um recurso eficiente, mas não é tão eficaz como se um lavrador vigiasse seus próprios campos com uma espingarda. O lavrador feito de palha não é tão formidável como o verdadeiro lavrador. Isso é verdade no que diz respeito à diferença entre o autêntico e o falsificado. A falácia do espantalho acontece quando alguém cria um falso conceito da posição de seus oponentes em uma representação distorcida pela qual ele, então, destrói facilmente essa posição, em total refutação.

Uma das afirmações que N. T. Wright emprega, usando esse mesmo estratagema, é a declaração de que “não somos justificados pela fé por crermos na justificação pela fé”. Insinuar que a ortodoxia protestante crê que somos justificados por crermos na doutrina da justificação pela fé é o rei de todo os espantalhos. É o Golias dos espantalhos, o King Kong das falácias do espantalho. Em outras palavras, é uma grande mentira. Não sei de nenhum teólogo na história da tradição reformada que crê ou argumenta que uma pessoa pode ser justificada por crer na doutrina da justificação pela fé. Isso é pura e simples distorção da tradição reformada.

Na afirmação de Wright, vemos um argumento de espantalho que cai por seu próprio peso. Contém mais palha do que a figura de galhos pode suportar. A doutrina da justificação pela fé somente não ensina que a justificação acontece por crermos na doutrina da justificação pela fé somente; mas, de fato, ela ensina aquilo que é exatamente o oposto dessa idéia. A expressão “justificação pela fé somente” é uma abreviação teológica para afirmar que a justificação se dá somente por meio de Cristo. Qualquer um que entende e advoga a doutrina da justificação pela fé somente sabe que o ponto central é aquilo que justifica – confiança em Cristo e não confiança na doutrina.

Um dos termos-chave da expressão “justificação pela fé” é o vocábulo “por”, o qual demonstra que a fé é o meio ou o instrumento que nos une a Cristo e aos seus benefícios. O conceito indica que a fé é a causa “instrumental” de nossa justificação. O que está em vista na formulação protestante é uma distinção do ponto de vista católico romano quanto à causa instrumental. Roma declara que o sacramento do batismo, em primeira instância, e o da penitência, em segunda instância, são as causas instrumentais da justificação. Por isso, a disputa a respeito de que instrumento é a base pela qual somos justificados foi e continua sendo a disputa clássica entre a Igreja de Roma e o protestantismo. O ponto de vista protestante, seguindo o ensino de Paulo no Novo Testamento, é o de que a fé é o único instrumento pelo qual somos unidos a Cristo.

Intimamente relacionada a isso, está a disputadíssima questão dos fundamentos de nossa justificação diante de Deus. Nesse ponto, o conceito bíblico da imputação é sobremodo importante. Aqueles que negam a imputação como fundamento de nossa justificação declaram que isso é uma ficção jurídica, um erro judicial ou mesmo uma manifestação de abuso infantil cósmico. No entanto, ao mesmo tempo, a imputação é a explicação bíblica para o fundamento de nossa redenção. Nenhum texto bíblico ensina isso mais claramente esse conceito de transferência ou imputação do que o texto de Isaías 53, que a igreja do Novo Testamento ressaltou como uma explicação profética crucial do drama da redenção. O Novo Testamento declara que Cristo é a nossa justiça, e é precisamente a nossa confiança na justiça de Cristo como fundamento de nossa justificação que é o foco da doutrina da justificação pela fé. Entendemos que crer na doutrina de Sola Fides não salva ninguém. A fé em uma doutrina não é suficiente para salvar. Contudo, embora não sejamos salvos por crer na doutrina da justificação, a negação dessa mesma doutrina pode ser fatal, porque nega a doutrina da justificação pela fé somente. O apóstolo Paulo mostrou, na Epístola aos Gálatas, que tal negação equivale a rejeitar o evangelho e substituí-lo por alguma outra coisa; e isso resultaria em sua anatematização por parte de Paulo. O evangelho é importante demais para ser rejeitado por inclinar-nos diante de espantalhos.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Como ser um ministro fiel

I Tm 4.6-16

Reflexão do dia 09/01/10

Por Taciano Cassimiro na Igreja Presbiteriana 9 de Dezembro, Maceió-AL.

São muitos os desafios enfrentados pelos ministros do evangelho em nossos dias. Não só pelos ministros, por todos os que verdadeiramente seguem há Jesus Cristo e seu evangelho. Os desafios são os mais diversos: teologia da prosperidade, pentecostalismo e seus excessos, neo-pentecostalismo com suas propostas tentadoras de riqueza e saúde constante como prova de fé e fidelidade. Também incluo nesta lista a ortodoxia sem ortopraxia. Muita letra, muito grito, muita filosofia, muito debate, e pouca vida.

A primeira epístola do apóstolo Paulo a Timóteo foi escrita da Macedônia, depois de haver visitado a cidade de Éfeso, onde havia deixado Timóteo. A data da escrita é 64 d.C. (datas prováveis variam entre 64 e 67) (entre as duas prisões em Roma).

Paulo escreve esta epistola pastoral com no mínimo três propósitos específicos:

1) 1) Exortar o próprio Timóteo a respeito do seu ministério e de sua vida pessoal;

2) 2) Exortar Timóteo a defender a pureza do evangelho e seus santos padrões da corrupção causada pelos falsos mestres;

3) 3) Dar a Timóteo instruções a respeito de vários assuntos e problemas de Éfeso.

Timóteo tinha diversos desafios ( pessoal e ministerial ) e diante dos mesmos, era necessário ser UM BOM MINISTRO.

Mas,

Como Ser Um Ministro Fiel

1.Ensinando a Palavra de Deus v.6

O bom e fiel ministro ensinará sempre a Palavra de Deus e dará a ela primazia. O ensino basicamente tem dois aspectos:

1.1.Orientar e ordenar: pelo ensino somos alertados, orientados e intimados a seguir sua orientação. Há Palavra de Deus é lâmpada e luz para os nossos caminhos ( Sl 119.105 ). Infelizmente em muitas igrejas a Exposição da Palavra de Deus não existe mais.

1.2.Denunciar: é impossível ensinar sem denunciar os falsos mestres e seus ensinos perniciosos e destrutivos. E era isso que Timóteo deveria fazer e fazendo isso séria um bom ministro.

Verdade é que nem sempre denunciamos os ensinos e os falsos mestres com a mesma ousadia, habilidade e fidelidade a Palavra de Deus como Paulo e demais apóstolos.

2. 2. Exercitando a Piedade V.7

No nosso contexto piedade é “virtude que leva a render a Deus a honra que lhe é devida. Devoção, oração, leitura e prática da Bíblia.

Para Calvino, pietas designa a atitude correta de um homem para com Deus. É uma atitude que inclui conhecimento verdadeiro, adoração sincera, fé salvadora, temor filial, submissão e amor reverentes. Saber quem e como Deus é (teologia) envolve atitudes corretas para com Ele e fazer o que Ele deseja (piedade).

Como ministro fiel Timóteo deveria se ” exercitar na piedade “, ou seja, sua vida deveria ser marcada, regada pela piedade. Há piedade deveria ser uma prática constante em sua vida e ministério.

O ministro fiel precisa:

· Ler e refletir, Nunca descuide da leitura diária da Bíblia em sua privacidade, e quando lê-la recorde que Deus está te falando e que deves crer e obedecer sobre o que Ele lhe diz.

· Vida de oração, Nunca descuide da oração particular diária; e quando orar, recorde que Deus está presente e que Ele ouve as tuas orações. Na observação de Calvino a oração é "o principal exercício da fé, mediante a qual recebemos diariamente os benefícios de Deus".

· Vida de santidade, o ministro, o servo de Deus precisa ter uma vida santa e exemplar.

Calvino disse: “Ofereço-Te meu coração, Senhor, imediata e sinceramente”. Esse é o desejo de todos os que são verdadeiramente piedosos. Contudo, esse desejo pode ser realizado apenas por meio da comunhão com Cristo e da participação nEle; pois, fora de Cristo, até a pessoa mais religiosa vive para si mesma. E apenas em Cristo os piedosos podem viver como servos voluntários, soldados leais de seu Comandante e filhos obedientes de seu Pai. A santidade é provada pela obediência.

3 3. Tornando-se padrão v. 12, 16

Tornando-se padrão dos fiéis.

Padrão em que ?

Paulo diz a Timóteo que ele deveria ser um padrão para os fiéis, no mínimo em cinco áreas, são elas:

3.1.Na palavra – o ministro deve ter cuidado com suas palavras, as mesmas devem ser edificantes.

3.2.No procedimento – o ministro deve proceder de forma integra e reta, que reflita temor de Deus.

3.3.No amor – o ministro deve ser amoroso, ser exemplo no amor para com os irmãos e para os que estão de fora, e no seu amor para com Deus e sua obra.

3.4.Na fé – o ministro deve ser exemplo de fidelidade, sua fé deve ser exemplar.

3.5.Na pureza – o ministro deve ser exemplo de pureza. Pureza nas palavras, nas ações, nos relacionamentos e principalmente na obra de Deus.

Se Timóteo seguisse as orientações de Paulo, seria um ministro fiel e exemplar. Tornando-se assim um padrão para comunidade cristã de seus dias.

Infelizmente muitos ministros deixaram de ser padrão há muito tempo, pois deixaram de colocar em prática os ensinamentos da Palavra de Deus. Mantêm a aparência, mas a essência já não existe.

Que Deus nos ajude a sermos fies.

4 4. Tendo cuidado da doutrina v. 16

Timóteo tinha sido instruído por Paulo na boa doutrina de Jesus Cristo e de seus apóstolos, e agora ele deveria permanecer e ensiná-la.

Há doutrina é fundamental para saúde do ministro e da comunidade cristã. Por isso, o mesmo não deve vacilar, é preciso estudo constante, reflexão, oração e dependência do Espírito Santo.

Muitos naufragaram na fé nos dias de Paulo por darem ouvidos a doutrinas de falsos mestres inspirados por demônios. Em nossos dias não é diferente, os ensinos falsos são diversos e têm trazido danos, muitos danos ao arraial cristão.

Há Bíblia é nossa regra de fé e prática, tão bem utilizada pelos reformadores a ponto de nos deixarem uma bela herança “ A TEOLOGIA REFORMADA “: A teologia reformada é abrangente, envolvendo aspectos doutriná­rios, forma de governo eclesiástico, padrões para o culto e um modo específico de encarar questões políticas, econômicas e sociais. As princi­pais expressões dessa teologia são os escritos dos reformadores da tradi­ção suíça (Ulrico Zuínglio, João Calvino, Martin Bucer, John Knox, Teodoro Beza e outros) e os muitos documentos confessionais elabora­dos pelas primeiras gerações de reformados. Os exemplos mais significa­tivos são: os Sessenta e sete artigos de Zuínglio (1523), a Primeira confissão helvética (1536), a Confissão de Genebra (1536), o Catecismo de Genebra (1542), a Confissão galicana (1559), a Confissão escocesa (1560), a Confis­são belga (1561), o Catecismo de Heidelberg (1563) e a Segunda confissão helvética (1566). São especialmente importantes a Confissão de Fé e os Catecismos elaborados pelos calvinistas ingleses - os puritanos - na Assembleia de Westminster (1643-1648).

Algumas ênfases especiais da teologia reformada são a plena sobera­nia de Deus, a eleição ou predestinação, o livre-arbítrio entendido como livre agência, a soteriologia monergista que reconhece a prioridade da iniciativa divina, o conceito simbólico dos sacramentos, a noção do pacto (das obras e da graça) e a importância da lei de Deus. Essa teologia é abraçada particularmente pelas igrejas presbiterianas, e também por muitas igrejas congregacionais e batistas.

O ministro tendo cuidado da doutrina será capaz de salvar-se dos falsos ensinos, e ainda salvará a comunidade cristã da praga chamada “ falsas doutrinas “.

Um Ministro fiel terá cuidado com a doutrina:

Ensinando e vivendo.

Conclusão

Que Deus nos ajude a sermos fiéis ministros, ensinando a Palavra de Deus, exercitando a piedade, tornando-se padrão e tendo cuidado da doutrina.

Que Deus nos ajude!

Miss. Taciano Cassimiro



sábado, 8 de janeiro de 2011

Duas pastoras lésbicas casam-se em Boston, Massachusetts

A Reverenda Katherine Hancock Ragsdale, decana e presidente da Escola Episcopal Divinity, e Mally Lloyd, cânone ordinária, se casaram, no Sábado, na Catedral de St. Paul, em Boston, diante de aproximadamente 400 convidados. A Sua Excelência Reverendíssima Thomas M. Shaw, o bispo da Diocese Episcopal de Massachusetts, celebrou o casamento.

Para os anglicanos ortodoxos, o matrimônio entre lésbicas foi outro ato de desafio.

Esta é outra ação de desprezo imprudente pela vida da Comunhão Anglicana e a autoridade da Bíblia da Igreja Episcopal,” o Rt. Rev. David C. Anderson, presidente e diretor geral do Conselho Americano Anglicano, disse ao The Christian Post. “Eles continuam ignorando os pedidos das petições da Comunhão para a restrição e continuam seu próprio caminho.”

A Igreja Episcopal dos EUA define o matrimônio como entre um homem e uma mulher. Mas em 2009, o organismo nacional aprovou uma resolução que permite aos bispos, em particular em jurisdições civis onde o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo e as uniões civis são legais, de “generosa resposta pastoral a satisfazer as necessidades dos membros desta Igreja.”

Este ano, Shaw deu bandeira branca para o clero das dioceses de Massachusetts para celebrar os casamentos. O casamento do mesmo sexo foi legalizado em Massachusetts em 2004.



A bênção das uniões do mesmo sexo dentro da Igreja Episcopal não é nada novo, e tais ações tem chamado a reprimenda da Comunhão Anglicana, que se compõe de mais de 77 milhões de membros em todo o mundo.

Os líderes anglicanos de todo o mundo acordaram uma moratória da benção das uniões do mesmo sexo em 2004. Também acordaram a prática da suspensão na consagração dos bispos que vivem em relações do mesmo sexo. Mas o corpo dos EUA continuou desafiando a moratória diante da frustração dos anglicanos conservadores.

Robert H. Lundy, porta-voz do Conselho Americano Anglicano, assinalou que a Igreja Episcopal desde há muito tempo abençõa as uniões do mesmo sexo. Mas a última união entre Ragsdale, 52 anos, e Lloyd, 57 anos, está sendo considerada como um matrimônio, e o primeiro matrimônio entre lésbicas do clero episcopal.

Para muitas pessoas, isto é dividir os cabelos,” comentou Lundy. “Pode ser a primeira vez que se chama matrimônio, mas não nada novo.”

Tudo isto vai ilustrar melhor, para aqueles ao redor da Comunhão, o que temos falado aqui,” disse. E a AAC há muito tempo disse que a Igreja Episcopal se afastou do Cristianismo e o Magistério da Comunhão Anglicana tradicional.

Para a maioria das pessoas, já se quebrou o vidro há muito tempo,” disse Lundy.

O ano passado, a Igreja Episcopal consagrou seu segundo bispo abertamente gay, apesar dos apelos da Comunhão Anglicana para a prática de “retenção de graça.”
Fonte: The Christian Post

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