quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Por trás do monge e do executivo


Entrevista com James C. Hunter

Poucos líderes nunca ouviram falar do livro O Monge e o Executivo (Editora Sextante). Ele se tornou febre no mundo corporativo, está há 222 semanas no ranking dos livros mais vendidos da Revista Veja e já vendeu mais de 2 milhões de cópias no mundo.

No livro, o norte-americano James C. Hunter conta a história de um executivo que vai buscar soluções para seus dilemas profissionais e pessoais num mosteiro beneditino. Neste lugar ele ouve falar de um homem que não ocupou cargo algum, não fez faculdade e sequer pisou numa empresa: Jesus Cristo. O monge apresenta o Mestre como o exemplo maior de líder.

No entanto, o que a maioria dos leitores dos livros de Hunter não sabe é que, o homem por trás do livro que introduziu o conceito de liderança servidora nas empresas é crente em Jesus Cristo há quase 30 anos. E foi sobre a sua experiência na fé que Hunter concedeu esta entrevista exclusiva para o nosso site.

Qual é a sua experiência pessoal com Cristo?
Hunter – Tenho sido um cristão sério e praticante nos últimos 28 anos. Fui batizado ainda criança, mas não levei minha fé a sério até ter 30 anos. A salvação fez sentido para mim em 1981. Atualmente, eu e minha família freqüentamos uma pequena igreja batista próxima de nossa casa.

Você já ocupou algum cargo de liderança na sua igreja local?
Hunter - Sim, já fui ancião e depois o presidente do conselho da igreja. Atualmente, sou professor do curso de Liderança e também do curso Construindo nossa Comunidade, ambos na igreja local.

Seria possível escrever um livro sobre liderança servidora sem ter experimentado o novo nascimento?
Hunter – Não! Minha fé é extremamente importante para mim e foi fundamental ao escrever livros sobre o tema.

Que tipo de retorno você tem recebido dos pastores e de outros líderes cristãos sobre seu livro?
Hunter – Os pastores e líderes cristãos que entram em contato têm apoiado e dado indicações de que amaram o livro. Mas, a maior surpresa foi que os líderes de organizações seculares foram aqueles que realmente se interessaram pelo livro. Eu gasto 98% do meu tempo ensinando o conceito de liderança servidora em empresas e somente 2% em organizações cristãs. Isto foi surpreendente! Muitas organizações cristãs acreditam que entendem e praticam o conceito de liderança servidora, embora minha experiência mostre o contrário... Na realidade, poucas organizações cristãs realmente entendem e praticam a liderança servidora.

Você acredita que os seus leitores não cristãos tem se interessado em conhecer mais sobre Jesus Cristo?
Hunter – Sim, eu realmente creio que os princípios de meus livros podem ajudar a criar uma abertura para Jesus. Eu não tenho nenhuma estatística para apoiar esta afirmação, mas meu instinto diz que o conceito de liderança servidora pode gerar mentes e corações abertos para ouvir o Evangelho de Jesus Cristo.

Qual foi o seu maior desejo ao escrever este livro?
Hunter - Apresentar os princípios de liderança servidora que podem mudar nossas vidas em um mundo perdido e falido.

Que conselho daria aos líderes cristãos em relação ao tema Liderança Servidora em suas igrejas?
Hunter – O melhor conselho que posso dar é seguir o conselho e o exemplo de nosso líder Jesus. Ele disse que liderar é servir. Sendo assim, amem e sirvam os outros. Amar significa se doar para os outros, identificando e suprindo suas reais necessidades e buscando o melhor para suas vidas.

Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o site www.institutojetro.com

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Já Vimos Isto Antes: Rob Bell e o Ressurgimento da Teologia Liberal




O romancista Saul Bellow ressaltou, certa vez, que ser um profeta é uma obra excelente se você pode consegui-la. O único problema, ele sugeriu, é que, mais cedo ou mais tarde, um profeta tem de falar sobre Deus. E, nesse ponto, o profeta tem de falar com clareza. Em outras palavras, o profeta terá de falar com especificidade a respeito de quem é Deus, e, nesse ponto, as opções se restringem.

Durante os últimos vinte anos, um movimento identificado como cristianismo emergente tem feito o seu melhor para evitar o discurso com especificidade. Figuras importantes no movimento ofereceram críticas mordazes dos principais segmentos do evangelismo. Mais enfaticamente, eles têm acusado, de diversas maneiras, o cristianismo evangélico de ser excessivamente preocupado com doutrina, fora de sintonia com a cultura, muito proposicional, ofensivo além do necessário, esteticamente mal nutrido e monótono.

Muitas de suas críticas eram relevantes – em especial, aquelas alicerçadas em preocupações culturais – mas outras denunciaram o que pode ser descrito como um relacionamento estranho com a teologia cristã ortodoxa. Desde o começo do movimento, muitos líderes da igreja emergente exigiam uma grande transformação na teologia evangélica.

No entanto, mesmo quando muitos desses líderes insistiam em que permaneciam dentro do círculo evangélico, ficou claro que muitos estavam se movendo para uma postura pós-evangélica. Houve os primeiros indícios de que o rumo do movimento seguia em direção ao liberalismo teológico e ao revisionismo radical. Mas a forma predominante do argumento deles era a sugestão, e não a asseveração.

Em vez de fazerem asseverações teológicas e doutrinárias claras, figuras da igreja emergente levantam, geralmente, questões e oferecem comentários sugestivos. Influenciados pelas teorias da narrativa pós-modernas, muito no movimento da igreja emergente se apóiam em histórias, e não no argumento formal. A direção geral parecia bastante clara. Os principais líderes da igreja emergente pareciam estar impulsionando o Liberalismo Protestante – apenas um século depois.

O liberalismo protestante surgiu no século XIX quando teólogos influentes defendiam uma reforma doutrinária. O desafio deles para a igreja era simples e franco: os desafios intelectuais da era moderna tornavam impossível a crença nas doutrinas cristãs tradicionais. Friedrich Schleiermacher escreveu seus fervorosos discursos para os "desprezadores cultos" da religião, argumentando que algo de valor espiritual permanecia no cristianismo mesmo quando suas doutrinas não eram mais críveis. Historiadores eclesiásticos, como Adolf von Harnack, argumentavam que certo núcleo de verdade e poder espiritual permanecia mesmo quando as afirmações doutrinárias do cristianismo eram negadas. Nos Estados Unidos, pregadores como Harry Emerson Fosdick pregavam que o cristianismo tinha de harmonizar-se com a era moderna e abandonar suas afirmações sobrenaturais.

Os liberais não planejavam destruir o cristianismo. Pelo contrário, estavam certos de que estavam resgatando o cristianismo de si mesmo. O esforço de resgate dos liberais exigia a capitulação das doutrinas que a era moderna achou mais difíceis de aceitar, e a doutrina sobre o inferno era a principal em sua lista de doutrina que tinham de ser renunciadas.

Como observou o historiador Gary Dorrien, do Union Theological Seminary – a fortaleza do liberalismo protestante – foi a doutrina do inferno que marcou os primeiros grandes afastamentos da ortodoxia teológica nos Estados Unidos. Os primeiros liberais não podiam aceitar e não aceitariam a doutrina do inferno que incluía punição eterna consciente e o derramamento da ira de Deus sobre o pecado.

Portanto, eles a rejeitaram. Argumentaram que a doutrina sobre o inferno, embora revelada com clareza na Bíblia, difamava o caráter de Deus. Ofereceram evasivas intencionais dos ensinos da Bíblia, revisões da doutrina e rejeição do que a igreja havia afirmado em toda a sua longa história. Por volta do final do século XX, a teologia liberal havia esvaziado amplamente as principais igrejas e denominações protestantes. Quando se inicia o novo século, o liberalismo teológico é não somente uma rejeição do cristianismo bíblico – mas também uma tentativa fracassada de resgatar a igreja de suas doutrinas. Por fim, uma sociedade secular não sente qualquer necessidade de freqüentar ou apoiar igrejas secularizadas que possuem uma teologia secularizada. A negação da doutrina sobre o inferno não trouxe relevância para as igrejas liberais. Apenas enganou milhões de pessoas quanto ao seu destino eterno.

Isso nos traz à controvérsia sobre o livro Love Wins, de Rob Bell. Como a sua capa anuncia, o livro fala sobre "o céu, o inferno e o destino de cada pessoa que já viveu". Ler esse livro é uma experiência entristecedora. Já lemos esse livro antes. Não as palavras exatas, nem apresentado de modo tão habilidoso, mas o mesmo livro, o mesmo argumento, a mesma tentativa de livrar o cristianismo da Bíblia.

Rob Bell, como comunicador, é um gênio. Ele é o mestre da pergunta pungente, da história distorcida e da anedota pessoal. Como Harry Emerson Fosdick, o paladino do liberalismo no púlpito, Rob Bell é um exímio comunicador. Se ele tivesse planejado defender o ensino bíblico sobre o inferno, ele o teria feito maravilhosamente. Teria prestado um grande serviço à igreja. Mas isso não foi o que ele intencionou fazer.

Como Fosdick, Rob Bell se preocupa profundamente com as pessoas. Isso se evidencia em seu escritos. Não há razão para duvidarmos que Rob Bell escreveu este livro motivado por sua preocupação pessoal com as pessoas que se irritam com a doutrina sobre o inferno. Se essa preocupação tivesse sido direcionada a uma apresentação de como a doutrina bíblica sobre o inferno se encaixa no contexto mais amplo do amor e da justiça de Deus e do evangelho de Jesus Cristo, isso teria sido um benefício para milhares de cristãos e outras pessoas que procuram entender a fé cristã. Mas não é isso que Bell faz em seu novo livro.

Em vez disso, Rob Bell usa seu incrível poder literário e comunicativo para dividir a mensagem da Bíblia e lançar dúvidas sobre os seus ensinos.

Ele afirma claramente o seu interesse: "Um impressionante número de pessoas têm sido ensinadas de que um grupo seleto de cristãos viverão para sempre em lugar de paz, regozijo e alegria chamado céu, enquanto o resto da humanidade viverá para sempre em tormento e punição no inferno, sem qualquer chance de algo melhor. Diz-se claramente a muitos que essa crença é uma doutrina central da fé cristã e que rejeitá-la significa, em essência, rejeitar a Jesus. Isso é errado, prejudicial e, em última análise, subverte a contagiante propagação da mensagem de amor, paz, perdão e alegria de Jesus, a mensagem que o nosso mundo precisa ouvir urgentemente".

Essa é uma afirmação tremenda; é bastante clara. Rob Bell crê que a doutrina da punição eterna de pecadores que não se arrependem está impedindo que as pessoas venham a Jesus. Esse é um pensamento inquietante, mas, sob melhor análise, destrói a si mesmo. Em primeiro lugar, Jesus falou com muita clareza sobre o inferno, usando uma linguagem que só pode ser descrita como explícita. Jesus advertiu sobre "aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo" (Mt 10.28).

Em Love Wins, Rob Bell faz o seu melhor para argumentar que a igreja tem permitido que a história do amor de Jesus seja pervertida por outras histórias. A história de um inferno eterno não é, ele crê, uma boa história. Ele sugere que uma história melhor envolveria a possibilidade de o pecador vir à fé em Cristo depois da morte, ou de o inferno ser uma cessação de existência, ou de o inferno ser, por fim, esvaziado de seus habitantes. O problema, é claro, é que a Bíblia não nos dá qualquer indício da possibilidade de um pecador ser salvo depois da morte. Em vez disso, a Bíblia diz: "Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo" (Hb 9.27).

Ele também advoga uma forma de salvação universal. Novamente, as afirmações de Rob Bell são mais sugestivas do que declarativas, mas ele tenciona claramente que seus leitores sejam persuadidos de que é possível – até provável – que aqueles que resistem, rejeitam ou nunca ouvem de Cristo possam, apesar disso, ser salvos por meio de Cristo. Isso significa que nenhuma fé consciente em Cristo é necessária para a salvação. Bell sabe que tem de lidar com textos como Romanos 10.14: "E como ouvirão, se não há quem pregue?" Ele diz que concorda sinceramente com esse argumento do apóstolo Paulo, mas, em seguida, descarta todo o argumento e sugere que esse não pode ser o plano de Deus. Evita totalmente a conclusão de Paulo de que a fé vem pelo ouvir e o ouvir "pela palavra de Cristo" (Rm 10.17). Bell rejeita a idéia de que uma pessoa tem de chegar a um conhecimento pessoal de Cristo nesta vida, para que seja salva. "E se o missionário não alcançar os perdidos?", ele pergunta.

Essa é a maneira como Rob Bell lida com a Bíblia. Ele argumenta que as portas que nunca se fecharão na Nova Jerusalém (Ap 21.25) significam que a oportunidade de salvação jamais se fecha, mas ele evita considerar o capítulo anterior, que inclui a afirmação clara da justiça de Deus: "E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo" (Ap 20.15). As portas eternamente abertas da Nova Jerusalém aparecem depois desse julgamento.

Assim como muitos outros, Bell quer separar a mensagem de Jesus das outras vozes do Novo Testamento, em especial a voz do apóstolo Paulo. Nisto, temos de enfrentar a inescapável questão da autoridade bíblica. Ou afirmaremos que cada palavra da Bíblia é verdadeira, digna de confiança e plena de autoridade, ou criaremos nossa própria Bíblia, de acordo com nossas preferências. Em palavras francas, se Paulo e Jesus não falam a mesma coisa, não temos qualquer idéia do que é realmente verdadeiro.

Bell prefere o inclusivismo, a crença de que Cristo está salvando a humanidade por outros meios além do evangelho, incluindo outras religiões. Mas ele confunde as coisas, parecendo advogar o universalismo em algumas páginas, mas esquivando-se de uma afirmação plena. Ele rejeita a crença de que a fé consciente em Cristo é necessária para a salvação, mas não se firma com clareza numa descrição específica do que ele crê.

Bell tenta reduzir toda a Bíblia e a inteireza do evangelho a história e crê que é seu direito e dever determinar que história é melhor do que outra – que versão do cristianismo será convincente e atraente para os incrédulos. Afinal de contas, ele estabeleceu isso como seu alvo – substituir a história recebida por algo que vê como melhor.

O primeiro problema nessa atitude é óbvio. Não temos nenhum direito de determinar que "história" do evangelho preferimos ou achamos mais convincente. Temos de lidar com o evangelho que recebemos de Cristo e dos apóstolos, a fé que uma vez por todas foi entregue à igreja. Sugerir que outra história é melhor e mais atraente do que essa história é audácia de proporções fenomenais. A igreja está presa à história revelada na Bíblia – em toda a Bíblia... cada palavra dela.

Há um segundo problema, um problema que podemos achar que já tínhamos aprendido. O liberalismo não convence. Bell quer argumentar que o amor de Deus é tão poderoso, que "Deus consegue o que Deus quer". Ora, Deus quer a salvação de todos, Bell argumenta, logo, todos serão salvos – alguns depois da morte, até muito tempo depois da morte. Mas ele não pode sustentar essa idéia por causa da sua absoluta afirmação da autonomia humana: Deus mesmo não pode impedir e não impedirá de ir para o inferno alguém que está decidido a ir para lá. Portanto, se entendemos Bell em seus próprios termos, nem ele crê que "Deus consegue o que Deus quer".
Semelhantemente, o argumento de Bell está centralizado na afirmação do caráter amoroso de Deus, mas ele separa o amor da justiça e da santidade. Isso é característico do liberalismo tradicional. O amor é divorciado da santidade e se torna mera sentimentalidade. Bell quer resgatar a Deus de qualquer ensino de que sua ira é derramada sobre o pecado e pecadores e, com certeza, em qualquer sentido de punição eternamente consciente. Mas Bell também quer Deus vindique as vítimas de assassinato, estupro, abuso infantil e males semelhantes. Ele parece não reconhecer que tem destruído sua própria história, deixando Deus incapaz ou indisposto de realizar sua própria justiça.

Na verdade, qualquer esforço humano para oferecer ao mundo uma história superior à abrangente história da Bíblia fracassa em todos os lados. É uma abdicação da autoridade bíblica, uma negação da verdade bíblica e um evangelho falso. Engana pecadores e não salva. Também fracassa em seu alvo central – convencer pecadores a pensarem melhor em Deus. O verdadeiro evangelho é o evangelho que salva – o evangelho que tem de ser ouvido e crido, para que pecadores sejam salvos.

Mas é exatamente neste ponto que o livro de Rob Bell se desvia. Ele descreve o evangelho nestes termos:

Começa na verdade certa e segura de que somos amados. A verdade de que, apesar do que saiu horrivelmente errado em nosso coração e se espalhou por todos os cantos do mundo; apesar de nossos pecados, erros, rebelião e coração insensível; apesar do que foi feito para nós e do que temos feito, Deus fez as pazes conosco.

Ausente do evangelho de Rob Bell, está qualquer referência clara a Cristo, qualquer entendimento adequado do pecado, qualquer afirmação da santidade de Deus e de sua garantia de punir o pecado, qualquer referência ao sangue derramado de Cristo, de sua morte na cruz, de sua expiação vicária e de sua ressurreição e, tão impressionantemente, qualquer referência à fé como a reposta de pecadores às boas-novas do evangelho. Aqui não há verdadeiro evangelho. Isso é apenas uma reedição da mensagem impotente do liberalismo teológico.

N. Richard Niebuhr condensou brilhantemente a teologia liberal nesta sentença: "Um Deus sem ira trouxe homens sem pecado a um reino sem julgamento por meio das ministrações de um Cristo sem uma cruz".

Sim, já lemos este livro antes. Com Love Wins, Rob Bell se move firmemente no mundo do liberalismo protestante. Sua mensagem é um liberalismo que chega tarde no cenário. Tragicamente, sua mensagem confundirá muitos crentes, bem como inúmeros incrédulos.
Não ousamos evadir-nos de tudo que a Bíblia diz sobre o inferno. Jamais devemos confundir o evangelho, nem oferecer sugestões de que talvez haja algum meio de salvação além da fé consciente em Jesus Cristo. Jamais devemos crer que podemos fazer um trabalho de relações públicas a respeito do evangelho ou do caráter de Deus. Jamais devemos ser imprecisos e subversivamente sugestivos sobre ao que a Bíblia ensina.

Nas páginas iniciais de Love Wins, Rob Bell garante aos seus leitores que "nada neste livro não foi ensinado, sugerido ou celebrado por muitos antes de mim". Isso é bastante verdadeiro. Mas a tragédia é que essas coisas foram ensinadas, sugeridas e celebradas por aqueles cuja companhia nenhum amigo do evangelho deveria querer. Neste novo livro, Rob Bell toma sua posição com aqueles que tem procurado resgatar o cristianismo de si mesmo. Sob qualquer medida, isso é uma grande tragédia.

Traduzido por: Wellington Ferreira


Copyright:
© R. Albert Mohler Jr.
©2011 Editora Fiel


Traduzido do original em inglês: We Have Seen All This Before: Rob Bell and the (Re)Emergence of Liberal Theology. Publicado originalmente no site: www.albertmohler.com

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Livro de Ordem Comum

Informações Gerais
O Livro da Ordem Comum foi compilado em um livro a 1550 a 1560 pelos protestantes escoceses John Knox e outros. O Livro da Ordem Comum serviu como o livro de culto da Igreja da Escócia a partir de 1564 a 1645. 

O primeiro livro foi impresso em 1556 sob o título Livro de Genebra. Esta versão, inicialmente intitulado Livro Comum de Nossa Ordem, se tornou amplamente utilizado na Reformada igrejas (ver Reforma). Passou através de várias edições entre 1556, em Genebra, Suíça, e de 1644 em Edimburgo, Escócia. O livro continha os Salmos, bem como as instruções dadas aos ministros sobre a forma de executar tarefas básicas, tais como a oração, eleição e ordenação de ministros, escolha dos anciãos e diáconos, visitação dos enfermos, e de excomunhão. 

A Igreja da Escócia adaptado às necessidades modernas do Livro, emissão autorizado edições de 1928 e 1940. O Livro dos Comuns Ordem, foi substituído na Escócia igrejas pelo Inglês Oração Book. 

Livro de ordem comum
Informação Avançada
O título historicamente utilizada pela Igreja Presbiteriana da Escócia e igrejas para os seus associados litúrgica manuais. A última edição foi publicada sob a denominação para a Igreja da Escócia, em 1979, e contém formas de serviço, no tradicional "Tu" estilo de Deus, bem como abordar de forma mais contemporânea "Você" formulário. 

Sumário deste livro são o serviço divino (três inteiro e um reduzido encomendas de Santa Comunhão, juntamente com um esquema ordem de serviço público para a adoração quando a Ceia do Senhor não é comemorado), serviços de iniciação cristã, a celebração de casamentos, funerais, e a coordenação ea admissão de anciãos. Além disso, contém uma lectionary, dois conjuntos de coleta, e bom para os cristãos prefaces ano. 

O primeiro livro a ostentar este título foi publicado pela autoridade da Assembleia Geral da Igreja da Escócia, em 1562 e continha textos para o ministration dos sacramentos. Dois anos depois mais uma edição incluiu material para todos os efeitos, incluindo metrical salmos e versões de outras porções da Escritura. A primeira edição foi em grande parte com base naquilo que ficou conhecido como John Knox's Genevan Serviço Bool (1556), introduzidas por este renovador para o Inglês congregação, em Genebra, que consistia em grande parte dos exilados a partir do reinado de Mary. A tentativa de substituir o Livro dos Comuns pela Ordem dos chamados Laudian Liturgia de 1637 precipitou a Solene Liga e Aliança, mas em 1644 ele foi deslocado pelo Diretório do Culto Público. 

Tal como o Livro dos Comuns Ordem nunca tinha sido um formulário absoluto como o Livro de Oração Comum na Inglaterra, mas sim um modelo padrão e de culto, o ministro foi dada liberdade para extempore oração, assim como flexibilidade de utilização. Isso levou muito a "livre" tipos de serviços em algumas igrejas durante séculos XVIII e XIX, mas este século tem visto a ressurreição do Livro Ordem dos Comuns. A Igreja da Escócia Unidos Livre publicado um livro com esse título em 1928 e, em seguida, a própria Igreja da Escócia, após a reunificação com a Igreja, produzido a edição 1940 do Livro Ordem dos Comuns, posteriormente revisto em 1952. Bem como os habituais serviços, este manual teve formas interessantes para a dedicação da igreja vários edifícios e mobiliário, bem como algum material em orações devocionais útil para ocasiões especiais e graças. 

DH Wheaton
(Elwell Evangélica Dicionário) 

Bibliografia
WD Maxwell, um esboço de culto cristão; H. Davies, Culto e Teologia, na Inglaterra, I, 274-93, IV, 370-72.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O Criador e as Obras da Criação

        Por Taciano Cassimiro
Esboço dos Estudos Bíblicos Ministrados ás Quintas-Feiras
na IPB – de Tanque D’arca-AL
Texto: GN 1.1-31
I. O CRIADOR

Teorias que negam a existência de Deus:

1.1. Ateísmo: crer na inexistência de Deus. 
·         Platão definiu dois tipos básicos de ateístas:
Primeiro, aqueles que estão convencidos de que Deus ( ou deuses ) não existe;
Segundo, aqueles que afirmam que não há qualquer lugar para Deus ( ou deuses ) neste mundo.

1.2. Agnosticismo: crer que não existem indícios suficientes para se provar ou refutar a existência ou inexistência de Deus ( ou deuses ).

2. O relato Bíblico

Verdade que a Bíblia não é um livro cientifico, embora haja ciência nela. A mesma não tenta provar a existência de Deus, porém afirma que Ele Existe. HEBREUS 11 – 1. Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem. 2. Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho. 3. Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê.

2.1. A Bíblia afirma que houve um princípio, e este principio não foi obra do acaso.

GÊNESIS 1.1 -  No princípio criou Deus os céus e a terra.
Quanto à origem de Deus podemos responder com DANIEL 4.3 - Quão grandes são os seus sinais, e quão poderosas as suas maravilhas! O seu reino é um reino SEMPITERNO, e o seu domínio de geração em geração.
Deus não teve início e não terá fim. Ele é o “ El-Olam “ o Deus Eterno. Gn 21.33; Is 40.28.

 É possível afirmar a existência de Deus de três formas:
·         Primeiro, Afirmação da Existência de Deus nas Escrituras Sagradas: A Bíblia afirma “ No Princípio Criou Deus...”

·         Segundo, Afirmação da Existência de Deus na Constituição do Ser Humano: O homem carrega idéias inatas sobre a existência de Deus. Exemplos:
O “ Semem Religionis “ nas palavras João Calvino “ como a experiência mostra, Deus plantou uma semente de religião em todos os homens”.

O “ Sensus do Divino “, João Calvino tratando do assunto afirmou “ Portanto, visto que desde o começo do mundo não tenha havido nenhuma religião, nenhuma cidade, em resumo, nenhuma família que pudesse viver sem religião, nisto descansa a tácita confissão de que o sensos do divinitatis está inscrito no coração de todos os homens “.

·         Terceiro, Afirmação da Existência de Deus nos Argumentos Racionais:

1. Argumento Ontológico – A existência real de Deus parte de sua existência necessária em nosso pensamento.
 2. Argumento Moral – Existe um Legislador supremo, QUE É DEUS, e do fato de haver a presença de uma lei moral no universo.
3. Argumento Teleológico - Há um propósito no universo. Deve haver alguém que estabeleceu o propósito, que é Deus.
4. Argumento Cosmológico - Declara que deve haver uma causa final de todas as coisas. Esta causa afirma ser Deus. 
Com base neste argumento Deus é o único ser não causal, é sem causa.

II. As obras da criação
  
  •       Catecismo maior, pergunta 15. O que é a obra da criação?
RESP. A obra da criação é aquela pela qual Deus, pela palavra do seu poder, fez do nada o mundo e tudo quanto nele há, para si, no espaço de seis dias, e tudo muito bem.      

  • ·         O ato da criação foi obra do Deus trino. A Bíblia revela que o Deus trino é o autor da criação ( Is 40.12; 44.24; 1 Co 8.6; Jo 1.3; Cl 1.15-17; Gn 1.3; Sl 104.30; Jó 26.13; 33.4 ).
  • ·         A criação foi ato livre do criador ( Jó 22.3,13; At 17.25 )
  • ·         A obra da criação teve um começo ( Gn 1.1; Sl 90.2; Sl 102.25 )
    Hb 11.1-3 – Seguindo o texto de Hebreus acreditamos que o universo foi formado pela palavra de Deus. Com certeza aqui há lugar para uma simples pergunta. Em quantos dias Deus criou o universo?
Embora haja a citação acima do Catecismo afirme “ seis dias “ a pergunta que surge, é – estes seis dias, são literais de 24 horas?

Teorias:

Primeira, Os dias da criação foram dias literais de 24 horas.
Martinho Lutero, consistentemente, defendeu a interpretação literal do relato da criação: “Afirmamos que Moisés falou no sentido literal, e não alegórica ou figurativamente, isto é, que o mundo, com todas as suas criaturas, foi criado em seis dias, como se lê no texto”. Também os outros Reformadores entendiam os “dias” da criação da mesma forma.

Segunda, Os dias da criação foram longos e sucessivos períodos ( dias eras ).
O erudito britânico John C. L. Gibson argumenta que Gênesis 1 deve ser tomado como uma “metáfora” (21), “história”, ou “parábola” (22), e não como um registro direto dos acontecimentos da criação. Escreveu ele em seu comentário sobre Gênesis, de 1981:

“... Se entendermos “dia” como equivalente a “época” ou “era”, poderemos pôr a seqüência da criação, apresentada no capítulo 1, em conexão com os relatos da moderna teoria da evolução, e assim caminhar um pouco no sentido da recuperação da reputação da Bíblia em nossa era científica ... Tanto quanto este argumento inicie uma tentativa de ultrapassar o sentido literal, atribuindo à semana da criação o sentido de uma parábola, com uma duração muito mais extensa, isso será digno de elogios.”

A Bíblia não é um tratado científico, embora haja ciência nela. Em Gênesis vejo que o propósito é de nos revelar Deus como Criador de todas as coisas, independente dos dias serem de 24 horas ou eras. Entendo ser mais edificante para comunidade cristã crer e entender a beleza do Criador e de sua criação do que passar horas e horas discutindo, sem chegar a lugar algum sobre a questão dos dias criativos.
Não desmereço a tentativa dos estudiosos nessa questão, mas nosso propósito é tratar de outros aspectos da narrativa de Gênesis.
Eis os dias da criação:






Sem Forma Transformado em Forma
Vazio Transformado em Habitação
v. 3-5
1º Dia
Luz
v. 14-19
4º Dia
Luminares (sol, luz, estrelas)
v. 6-8
2º Dia
Atmosfera (espaço superior)
Água (espaço inferior)
v. 20-23
5º Dia
Peixes e Pássaros
v. 9-13
3º Dia
Plantas terrestres
v. 24-31
6º Dia
Animais e Homem

              As obras da criação apontam para um criador, e esse criador é Deus (GN1.1). Tudo veio a existir e ficou firme ao comando de Yahweh Deus ( Sl 33.1,6-9 ). Yahweh trouxe o cosmos à existência ex nihilo ( do nada ).
Em seis dias Deus completou o ciclo de criação, e sua afirmação ao criar “Gn 1.31 - E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto.

As obras da criação dão testemunho de seu criador.

 III. Os propósitos da criação 

O catecismo maior, pergunta 1. Qual é o fim supremo e principal do homem? 

RESP. O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.
É verdade que o catecismo pergunta em relação ao homem, porém, vejo na mesma o propósito da criação no seu todo. 

Assim ao lermos o Salmo 19.1, começamos a entender o propósito da criação: “ Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos”.
Em Rm 11.36 - Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.

Os propósitos da criação:

Propósitos primários

  • 1.      Ensinar que Deus é o criador “Jr 51.15 - É ele quem fez a terra com o seu poder, estabeleceu o mundo com a sua sabedoria, e estendeu os céus com o seu entendimento.

  • 2.      Para glória e louvor de seu nome. Esta afirmativa não significa que Deus estava precisando de gloria de sua criação, porém o resultado inevitável de seu ato criador é a sua glória.

  • 3.      Iniciar o progresso de revelação bíblica. A fala de Deus “ Disse Deus” é o primeiro passo nesse processo, e este acredito ser um dos propósitos da criação uma vez registrado.

Propósitos secundários

  • 1.  Os homens devem se submeter ao Deus da criação em temor e obediência. Os céus proclamam a glória de Deus
“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.” (Rm. 1:20-21).
  • 2.     Os homens devem confiar no Deus da criação, para prover todas as suas necessidades.

“Fazes crescer a relva para os animais, e as plantas para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão; o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite que lhe dá brilho ao rosto, e o pão que lhe sustém as forças. Avigoram-se as aves do Senhor, e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes. Os altos montes são das cabras montesinhas, e as rochas o refúgio dos arganazes. Fez a lua para marcar o tempo; o sol conhece a hora do seu ocaso. Dispões as trevas, e vem a noite, na qual vagueiam os animais da selva. Os leõezinhos rugem pela presa, e buscam de Deus o sustento; em vindo o sol, eles se recolhem e se acomodam nos seus covis. Sai o homem para o seu trabalho, e para o seu encargo até a tarde.” (Sl. 104:14-23)

  • 3.  Os homens devem se humilhar diante da sabedoria de Deus evidenciada na criação. Jó sofreu muitas aflições. Mas, afinal, o suficiente foi suficiente. Ele começou a questionar a sabedoria de Deus em sua adversidade. Ao seu questionamento Deus respondeu:
“Depois disto o Senhor, do meio de um redemoinho, respondeu a Jó: Quem é este que escurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento? Cinge, pois, os teus lombos como homem, pois eu te perguntarei, e tu me farás saber. Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Dize-mo, se tens entendimento. Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as tuas bases, ou quem lhe assentou a pedra angular, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus?” (Jó 38:1-7).

Conclusão

Que o estudo desta noite tenha edificado a igreja de Jesus Cristo, e que nesta certeza possamos caminhar na fé e no poder do nosso amado Deus. Deus real, criador e de cujos propósitos são para louvor de sua glória.

“ Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso criador do céu e da terra”.
Credo Apostólico

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