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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Dispensacionalismo

ORIGEM E DIVULGAÇÃO

O movimento chamado de dispensacionalismo surgiu em meados do século passado na Inglaterra, através do grupo que levou o nome de Irmãos ou Irmãos de Plymouth, por ter nesta cidade seu quartel general. Seu principal expoente foi John Nelson Darby (1800-1882), um irlandês que, insatisfeito com a Igreja Anglicana, da qual era ministro (cura), juntou-se ao grupo dos Irmãos em 1827. Por volta de 1830 Darby já era o principal líder dos Irmãos, dada a sua capacidade de organização e a sua proficiência em escrever. 

I.  Características Principais Desse Grupo:

a) Ênfase dada às reuniões semanais de estudo bíblicos e celebração da Ceia do Senhor, associada a um desprezo por qualquer tipo de organização denominacional ou forma de culto. Os Irmãos rejeitavam qualquer sistema clerical ou de classe ministerial, insistindo que estavam regressando à forma simples de culto e governo eclesiástico dos apóstolos. 

b) Embora não fosse o tema principal no começo, não tardou para que a doutrina da volta de Cristo ocupasse o centro dos estudos e, com ela, surgisse com grande ímpeto o desenvolvimento de um novo modelo de interpretação bíblica. Darby e seus seguidores passaram a alardear que haviam “redescoberto verdades” que foram desconhecidas ao longo de toda a história, desde os dias apostólicos, as quais teriam ficado à margem do ensino tradicional do Cristianismo histórico. Fazia parte desse novo modelo àquilo que passou a ser chamado até hoje, nos círculos dispensacionalistas, de “interpretação literal das profecias” e de que devemos também nos ocupar neste trabalho. 

II. A Propagação em Relação ao Dispensacionalismo:

Esse novo modo de interpretação bíblica, especialmente de profecias, ganhou popularidade rapidamente nos círculos evangélicos, graças ao grande trabalho de divulgação que dele foi feito pelo próprio Darby e por seus seguidores, e graças, principalmente, ao grande volume de livros, panfletos e artigos sobre o assunto que foram, desde então, escritos e ainda continuam sendo. Grandes movimentos, como o das Conferências Evangelísticas de Dwight L. Moody, eram virtualmente controlados por dispensacionalistas. A escola fundada por Moody, que passou a chamar-se Instituto Bíblico Moody, assim como diversas outras escolas teológicas, como o atual Seminário Teológico de Dallas, passaram a ser verdadeiros centros de doutrinação dispensacionalistas, nos Estados Unidos. 

O mesmo se dá hoje no Brasil, especialmente com os institutos bíblicos chamados de interdenominacionais, de modo geral. Outro fator que muito contribuiu para a difusão do pensamento dispensacionalistas foi à publicação da chamada Bíblia de Referência de Scofield, em 1909, a qual já vendeu mais de dois milhões de cópias desde então. A Bíblia de Scofield ou, mais corretamente, a Bíblia de Referência de Scofield é, na verdade, uma edição da Versão King James, com anotações feitas por Scofield, na linha de interpretação dispensacionalistas.

William E. Cox afirma que “o pai do dispensacionalismo, Darby, assim como seus ensinos, provavelmente não seriam conhecidos hoje, não fosse por seu devoto seguidor, Scofield”.

Cyrus Ingerson Scofield (1843 - 1921) nasceu nos Estados Unidos (morreu aos 78 anos) e foi, até sua conversão em 1879 (36 anos), advogado e político. Três anos após sua conversão foi ordenado ministro congregacional, sem qualquer formação teológica, e foi assim, sem formação teológica, que escreveu sua Bíblia de Referência. 

Os estudiosos e historiadores do Cristianismo são unânimes em afirmar que a Bíblia de Scofield trouxe benefícios de uma certa ordem, pois estimulou o interesse pelo estudo bíblico e o respeito pela autoridade da Palavra de Deus, numa época em que a Alta Crítica e a teologia liberal atacavam o Livro Sagrado. Scofield era, de qualquer forma, um conservador, no sentido em que acreditava na inspiração e na inerrância da Bíblia. Mas não resta dúvidas de que trouxe também seríssimos prejuízos à Igreja de Cristo, na medida em que, desviando-se da linha histórica de interpretação bíblica, popularizou e erigiu à posição de quase dogma, em muitos círculos cristãos, uma hermenêutica falha e um conceito falso a respeito do modo de Deus tratar com os homens, a respeito da salvação e, especialmente, a respeito da Igreja de Cristo.

III. O Dispensacionalismo Não Está Ligado a UM Grupo em Particular:

O Dispensacionalismo não se constitui propriamente numa denominação e, embora tenha surgido com os Irmãos, que são hoje um pequeno grupo, não se restringe a eles nem a qualquer denominação, em particular. Há dispensacionalistas hoje em, praticamente, todos os ramos do Protestantismo e até naqueles onde a sua presença representa uma negação de certos princípios doutrinários distintivos, como no caso do Presbiterianismo, por contraditório que possa parecer. 

Acreditamos que não há presbiterianos dispensacionalistas, mas certamente há dispensacionalistas presbiterianos. No primeiro caso estamos usando a palavra “presbiteriano” com conotação teológica e, no segundo, com conotação denominacional. 

IMPORTANTE: O Dispensacionalismo tem sido geralmente, confundido com o Pré-milenismo, mas não são a mesma coisa. Todo dispensacionalista é, necessariamente, pré-milenista, mas nem todo pré-milenista é necessariamente dispensacionalista.
É preciso dizer, também, que há pelo menos Três Tipos de Dispensacionalismo, com marcantes diferenças entre si:

1. Ultra-Dispensacionalismo, desenvolvido por E. W. Bullinger (1837-1913), que faz distinção entre a “Igreja Apostólica Pentecostal” do livro de Atos e a “Igreja-Mistério Paulina”, das Epístolas da Prisão, que ele chama de “igreja corpo” e “igreja noiva”, respectivamente. Bullinger ainda faz distinção entre essas duas igrejas e a de Mateus 16, que Jesus chamou de “minha igreja” e que, segundo ele, será uma igreja judaica remanescente no futuro. O ultra-dispensacionalismo é, segundo Allis, o método levado ao extremo ou às suas últimas conseqüências. OBS: Para Bullinger há três tipos de igrejas.

2. Dispensacionalismo Clássico: é representado por C. I. Scofield e por Lewis S. Chafer, fundador do Seminário de Dallas, e segundo o qual o plano de Deus para com Israel é puramente terreno e para com a Igreja, celestial; há dois modos de salvação (obras no VT e fé no NT) e, segundo Chafer, dois Novos Pactos. Este foi o tipo de dispensacionalismo que prevaleceu desde o século passado até meados deste (1800 a 1950).

3. Neo-Dispensacionalismo: é agora defendido por homens como Charles C. Ryrie, John F. Walvoord e J. Dwight Pentecost, segundo o qual Israel e a Igreja se ajuntarão após o milênio; há um só modo de salvação em ambos os Testamentos (fé) e um só Pacto. É a linha atual do Seminário de Dallas. 

IV. As Sete (oito) Dispensações:

Aliás, vem daí, desse ensino, o termo dispensacionalismo pelo qual o sistema é conhecido. Embora a palavra “dispensação” signifique literalmente “administração” ou “mordomia” derivada de – oikonomia Ef. 3:2), ela é empregada pelos dispensacionalistas para designar:

Um período de tempo durante o qual o homem é testado quanto à sua obediência a alguma revelação específica da vontade de Deus”, segundo a própria definição de Scofield (que é a mesma do “Dicionário Aurélio”). É dito que cada uma dessas dispensações termina com o fracasso humano e o inevitável juízo de Deus. Diz Scofield: 

Esses períodos se distinguem nas Escrituras por uma mudança no método divino de tratar a humanidade, ou parte dela, no que se refere a estas duas grandes verdades: pecado e responsabilidade humana. Cada Dispensação pode ser considerada como uma prova para o homem natural e termina sempre em juízo, demonstrando assim o seu completo fracasso. Cinco dessas dispensações, ou períodos de tempo, já se consumaram. Estamos vivendo na sexta, cujo término, segundo tudo faz crer, está para breve. A sétima, ou a última, ficará para o futuro - É o Milênio.
 
V. As Chamadas Dispensações São as Seguintes:
 
1ª) Da Inocência, que começou com a criação de Adão, e terminou com a sua expulsão do Éden;
2ª) Da Consciência, que começou com a expulsão do Jardim (consciência do bem e do mal) e terminou com o dilúvio;
3ª) Do Governo Humano, que começou com o dilúvio e terminou com a confusão das línguas;
4ª) Da Promessa, que começou com Abraão e terminou com a escravidão no Egito;
5ª) Da Lei, que começou no Sinai e terminou com a expulsão de Israel e Judá da terra de Canaã;
6ª) Da Graça, a atual, que começou com a morte de Cristo e terminará com o arrebatamento da Igreja;
7ª) Do Reino, que começará com a Segunda Vinda de Cristo e terminará com o juízo do Grande Trono Branco - é também chamada de Dispensação do Milênio.

VI. A Hermenêutica Dispensacionalista:

a) Em Relação à Salvação Durante os Períodos: Vetero e Neo-Testamentário:

Este é um dos pontos mais delicados do sistema dispensacionalista e aquele em que tem havido mais hesitação e duplicidade. Embora neguem que o sistema ensine a salvação à parte da fé, não se pode deixar de entender isso nas declarações de seus expositores, pelo menos os do dispensacionalismo clássico. Há até quem alegue que as sete dispensações acabam criando sete diferentes planos de salvação. A rígida distinção entre Israel e Igreja e lei e graça leva o dispensacionalista a conclusões indesejáveis, mas inevitáveis, no que diz respeito ao modo de salvação. 

Embora dispensacionalistas atuais reclamem que os críticos desse sistema são injustos ao atribuir-lhe dois diferentes modos de salvação, como na seguinte citação de Ryrie feita por Gunn, segundo a qual “nem os mais antigos nem os mais novos dispensacionalistas ensinam dois modos de salvação, e não é justo tentar fazê-los ensinar assim repetimos:- não se pode entender de outra forma as palavras de L. S. Chafer, (Ryrie foi aluno de Chafer no Seminário de Dallas) que passamos a citar”: 

Deve-se observar aqui uma distinção entre os homens justos do Velho Testamento e os justificados de acordo com o Novo Testamento. De acordo com o Velho Testamento, os homens eram justos porque eram verdadeiros e fiéis na guarda da Lei Mosaica. Os homens eram, portanto, justos por causa de suas próprias obras para com Deus, ao passo que a justificação do Novo Testamento é a obra de Deus para com o homem, em resposta à fé (Rom. 5: 1).
 
Os ensinos do reino, como a Lei de Moisés, são baseados em um pacto de obras. Os ensinos da graça, por outro lado, são baseados num pacto de fé. Em um dos casos, a justiça é requerida; no outro, ela é provida, quer imputada e comunicada ou, então, operada interiormente (infundida). Uma é uma bênção a ser conferida por causa de uma vida perfeita, a outra é uma vida a ser vivida por causa de uma bênção perfeita já recebida.
Bem antes de Chafer, Scofield já havia escrito em sua “Bíblia Anotada” as seguintes palavras: “Como uma dispensação, a graça começa com a morte e ressurreição de Cristo. O ponto de teste não é mais a obediência legal como à condição de salvação, mas a aceitação ou rejeição de Cristo, com as boas obras como fruto da salvação”. 

A dedução lógica extraída desta afirmação é de que, antes da “Graça” as pessoas eram salvas pela obediência à lei, mas agora, pela aceitação de Cristo. A expressão “não é mais” indica que antes o era, no entender de Scofield. 

Perguntas Para os Dispensacionalistas:

1. Se a salvação era alcançada através da obediência a Lei, e muitos foram salvos por obedecer a Lei, qual a necessidade de haver uma nova dispensação? E outra, qual a necessidade da vinda de Cristo?
2. Se o homem no seu estado original, ou seja, no seu estado perfeito pecou, qual sentido faz esse homem caído continuar a ser testado? (Pois não é este o propósito das dispensações?)

3. É certo que alguns dispensacionalistas já admitem que os crentes do V.T., foram salvos pela Graça. Mas, isto não seria contraditório, já que a Graça segundo eles mesmos só aparecem a partir do N.T.?

4. Na concepção Reformada todos os salvos, em todas as Épocas, quer passada, presente ou futura, são somente em Cristo (Lc.24: 13-35). No V.T., os sacrifícios já representavam Cristo. Em nenhum lugar das Escrituras fala de alguém que foi salvo porque cumpriu com a Lei. Isto significa que a para alguém ser salvo, necessariamente houve a Graça por parte de Deus, assim também, hoje ainda há a Lei de Deus.

b) O Conceito de Israel e Igreja:

1. O texto de I Cor. 10: 32 diz: “Não vos torneis causa de tropeço nem para judeu, nem para gentios, nem tão pouco para a igreja de Deus”.

A simples menção de três grupos aí é suficiente para um dispensacionalista concluir que a própria Bíblia divide a humanidade em três partes distintas e se dirige a essas partes (grupos) separadamente, de maneira sistemática, e que esse texto fornece a “chave para todo estudo e interpretação da Bíblia”. 

“Manejar bem a palavra da verdade” (II Tim. 2:5), conforme a interpretação dispensacionalista, é estudar a Bíblia desta maneira, dispensacionalmente. M. R. DeHaan, um pregador de rádio que muito contribuiu para a divulgação desse sistema nos Estados Unidos, relacionou MANEJAR com Cortar de Maneira Correta, e relacionou o termo aos sacrifícios do Antigo Testamento.
:
Quando o ofertante trazia um cordeiro ou outro sacrifício qualquer, o mesmo era dividido em três partes (exceto no caso da oferta queimada, que era posta inteira sobre o altar). Uma parte era oferecida a Deus, outra parte era oferecida àquele que trouxera a oferta, enquanto que a terceira partilha cabia ao sacerdote. É dessa prática que foi emprestada a expressão “que maneja bem”. Significa simplesmente, dar a cada qual o que lhe pertence de direito. Ora, no estudo da Bíblia você deve ser muito cauteloso em dar à Igreja aquilo que pertence ao Corpo de Cristo, a Israel aquilo que pertence a Israel, e aos gentios aquilo que pertence aos gentios. Assim como o sacrifício era dividido ou cortado em três partes, também a Bíblia informa-nos que existem três espécies de povos neste mundo na presente dispensação.

Analisando esse sistema de interpretação, William E. Cox diz que alguém que tomasse cada versículo da Bíblia e o atribuísse a uma dessas três categorias - judeu gentio e cristão, e publicasse a Bíblia em três seções separadas, estaria prestando um serviço valioso, se esse fosse o método correto de se manejar (dividir) bem a Palavra de Deus.

INFELIZMENTE, noto que todos os livros de Historia da Igreja, relatam o inicio da Igreja a partir do livro de Atos, ou seja, após o Pentecostes. Todavia, na concepção Reformada a Igreja é fruto desde a criação. Isso não significa que todos os autores são dispensacionalistas, mas, penso que os mesmos deveriam trazer pelo menos uma nota de roda pé, mostrando a concepção reformada em relação à concepção que a mesma tem do inicio da Igreja.

__________________________
Rev. José Roberto de Souza é Pastor da Igreja Presbiteriana do Ibura, Recife/PE; Professor e Coord. do Departamento de História da Igreja no Seminário Presbiteriano do Norte (SPN); Especialista em História da Religião e da Arte (UFRPE); Mestrando em Teologia e História.

Extraído do site:
http://www.eleitosdedeus.org/dispensacionalismo/dispensacionalismo-jose-roberto.html#IDComment138885566#ixzz1IK1IqMdn

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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Qual a interpretação correta do livro de Apocalipse?

Antes de falar nisto, deixe-me fazer uma consideração sobre parábolas e linguagem simbólica.

Durante o seu ministério, Jesus também falava muito por meio de símbolos – no que chamamos de parábolas. Uma explicação muito comum, mas equivocada sobre o uso de parábolas no ministério de Jesus, era que as parábolas supostamente facilitariam o entendimento da população que ouvia Jesus, já que transmitiam os ensinamentos por meio de comparações baseadas na vida comum de seus ouvintes. Tal explicação é incoerente com o ensino do próprio Jesus sobre o tema:

E chegando-se a ele os discípulos, perguntaram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Respondeu-lhes Jesus: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; pois ao que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e ouvindo, não ouvem nem entendem.”  (Mt 13:10-13)

Jesus não usava parábolas pra facilitar a compreensão das verdades espirituais, mas para dificultar. Para compreender uma parábola, era preciso muita reflexão. Uma pessoa que verdadeiramente buscasse a Deus iria pensar, refletir, buscar e perguntar até que ele consiga encontrar o real sentido do que Cristo ensinava. Tendo encontrado o significado, ele irá refletir sobre o ele até que ele consiga compreender o máximo possível sobre Deus mediante a nova informação adquirida. O que Jesus disse é que ele queria que o sentido da parábola tivesse aberto somente para aqueles que realmente tivessem o desejo de compreendê-las. Isso requer dedicação e esforço.
É devida justamente a sua natureza simbólica que não existe unanimidade na interpretação do Apocalipse, ainda que em meio aos melhores estudiosos. A dificuldade em compreender este livro é que a sua mensagem é quase inteiramente transmitida em símbolos. O famoso escritor Ambrose Bierce comentou com uma dose de humor sobre este livro, dizendo que João escondeu tudo o que sabia e que quem nos dá a revelação são comentaristas que nada sabem. Não é a toa que um conhecido costuma dizer que “escatologia é terra de ninguém”.

Diferentes linhas de interpretação têm sido defendidas por grandes nomes no Cristianismo por toda a história. O aconselhável é que você se informe sobre as principais correntes de interpretação até chegar a uma conclusão sobre o que acredita ser o mais bíblico. Por que não começar sua pesquisa com os mil anos de Apocalipse 20? Sobre isto, existem três correntes principais de interpretação:

1) Pré-Milenismo: É a corrente que defende que a Segunda Vinda de Jesus acontecerá antes (pré) do período de mil anos de Apocalipse 20. Acreditam que serão mil anos literais e será caracterizado por grande paz e prosperidade na terra devido à presença física de Jesus reinando. Alguns defensores notáveis do Pré-Milenismo: Justino Mártir, Irineu, Charles Spurgeon, John Darby, John McArthur, John Piper, Mark Driscoll, Billy Graham.

2) Amilenismo: É a corrente que defende que os mil anos de Apocalipse 20 não devem ser entendidos literalmente, mas é uma linguagem figurada para falar de toda a História da Igreja da Primeira até a Segunda Vinda de Cristo. Defendem que não devemos esperar nenhum período de paz ou prosperidade terrena como fruto desse Reino, mas que o Reino de Cristo é completamente espiritual, no coração dos cristãos. Alguns defensores notáveis do Amilenismo: Agostinho, Martinho Lutero, Heinrich Bullinger, Abraham Kuyper, Cornelius Van Til, Herman Hanko, R.C Sproul.

3) Pós-Milenismo: É a corrente que defende que os mil anos de Apocalipse 20 não devem ser entendidos literalmente, é uma linguagem figurada para falar de toda a História da Igreja, mas que acreditam que o que devemos esperar para a História da Igreja é a evangelização do mundo inteiro e o completo desenvolvimento social, econômico e cultural do mundo como fruto dessa evangelização. Acreditam que a Grande Comissão será bem sucedida e que a maior parte das pessoas do mundo será convertida. Alguns defensores notáveis do pós-milenismo: Atanásio, João Calvino, John Knox, a maioria dos puritanos, Jonathan Edwards, Kenneth Gentry, Gary DeMar, Gary North, David Chilton.

Não estamos afirmando que todas essas interpretações sejam igualmente corretas, pois a Bíblia sendo perfeita não poderia estar falando mais de uma coisa sobre o mesmo assunto. Estamos falando somente que não há consenso sobre isso; então, o melhor a fazer é estudar todas as opiniões e estudar bastante as Escrituras, com muita oração, para chegar a uma conclusão pessoal sobre qual sistema parece ser o mais bíblico. Para isso, não esqueça que, como a Confissão de Westminster comenta com muita razão, “na Escritura não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo evidentes a todos…” (I, 7).

Por: Frank Brito Website: voltemosaoevangelho.com
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que adicione as informações supracitadas, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.


"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."
Agostinho de Hipona

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