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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Samuel Rutherford

Samuel RutherfordSamuel Rutherford (1600 - 1661), nascido na aldeia de Nisbet, Roxburghshire, na área de Scottish Borders of Scotland, Rutherford foi educado em Jedburgh Grammar School e da Universidade de Edimburgo, onde se tornou em 1623 Regent da Humanidade (Professor da América). Foi um teólogo presbiteriano escocês e autor.

Em 1627 ele foi ordenado como ministro da Anwoth em Galloway, de onde ele foi banido para Aberdeen para não-conformidade. Seu patrono, em Galloway foi John Gordon, primeiro visconde de Kenmure. Sobre o restabelecimento do Presbitério em 1638 ele foi nomeado Professor de Teologia em St. Andrews. Ele foi um dos comissários escoceses na Assembléia de Teólogos de Westminster, em Londres, e após seu retorno para a Escócia tornou-se reitor do Colégio Santa Maria em St. Andrews em 1651. Na restauração de Charles II foi privado de todos os seus escritórios.

Rutherford também era conhecido por seus trabalhos espirituais e devocionais, como "O Julgamento e Triunfo da Fé" e suas Cartas publicado postumamente (1664). Sobre as suas cartas, Charles Spurgeon escreveu: "Quando morrendo e prontos para deixar este mundo, deixe o mundo saber que Spurgeon segurava as cartas de Rutherford como fonte próxima de inspiração, inpiração esta que pode ser encontrada em todos os escritos deste homens simples".

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A IGREJA E O ESTADO

Funções Diferentes

Postado por Taciano Cassimiro

D. MARTIN LLOYD-JONES (1899-1981) foi um pregador galês, popular e influente, com grandes dons intelectuais, serviu numa congregação da Igreja Presbiteriana de Gales em Aberavon, Port Talbot, de 1927 a 1938, e em seguida à congregação independente na Westminster Chapel, Londres, primeiro como auxiliar e depois como sucessor de G. Campbell Morgan (1863-1945). Jubilou-se em 1968, mas continuou dedicado a pregação itinerante até pouco antes de sua morte.

O texto básico do opúsculo é Efésios 5.3-5

Podemos extrair algumas lições:
1.      O objetivo do cristianismo e tornar-nos santos e inculpáveis na presença de Deus;
2.      Por corrermos o perigo de não aplicar a fé cristã a nós mesmos, mas sim de contentar-nos somente em desfrutá-la de maneira teórica;
3.      O perigo do antinomianismo: bem, não importa muito, portanto, o que eu faço. Se a minha salvação final e certa e garantida, posso viver como eu quiser. Esse é o perigo particular que correm os homens e mulheres que têm o melhor entendimento da verdade;
4.      O cristianismo é pra ser vivido em cada detalhe de nossas vidas, nos detalhes mais comuns da vida, em tudo que fazemos.
5.      A vida cristã é o combate da fé. Necessitamos de toda armadura de Deus; temos de vigiar e orar; temos de compreender que estamos cercados de inimigos e perseguidores visíveis e invisíveis, alguns deles dentro de nós, e durante todos os dias nós temos que está alerta.
6.      E o fato de não fazermos o que é mal, é porque somos santos, e porque estamos no reino de Cristo e de Deus.


Ao tratar da relação Estado e Igreja propriamente dito LIoyd Jones faz as seguintes declarações:

1.      Deus está agindo hoje no mundo por meio de duas esferas, a esfera da igreja e do estado;
2.      Ambas as esferas se destinam em funcionar segundo os métodos e meios que lhes são designados , e jamais deveria haver confusão entre elas;
3.      A Igreja Cristã não é um Departamento ou Secretáia do Estado;
4.      O erastianismo é uma negação da mensagem cristã. O Estado não está acima da Igreja. A Igreja não é simplesmente uma das atividades do Estado. A Igreja não pertence a mesma esfera do Estado; ela é o reino de Cristo e de Deus! E sempre devemos lutar por essa distinção.
5.      Se os cristãos querem ajudar o Estado, a melhor maneira é pela pregação de um evangelho que produza tanto cristãos que o Estado terá que dar atenção ao que nós dizemos.
6.      Não cabe ao Estado pregar; o dever do Estado é usar a espada; é governar; é fazer as leis do parlamento; é punir e ensinar aos homens que se eles não responderem como devem a uma correta visão da vida, merecerão castigo, e certamente o receberão. A graça e a lei não podem se misturar; não pertencem a mesma esfera.
7.      Que o Estado continue com as suas atividades. Entretanto que não haja confusão de pensamento; doutro modo, haverá fracasso em ambas as esferas.
8.      O que estou criticando é a confusão das esferas da Igreja e do Estado.

Deixe seu comentário.

 Autor: D.M. Lloyd – Jones Editora: PES

sábado, 7 de abril de 2012

Como Ouvir Um Sermão

Pouco antes da faculdade, eu li o pequeno clássico de Mortimer Adler chamado Como ler livros. Pode parecer um título estranho. Afinal, como alguém poderia ler o livro a não ser que já soubesse ler? E se já soubesse ler, pra que ler então?

Como ler livros se tronou um dos livros mais importantes que eu já li. Adler rapidamente me convenceu que eu não sabia como ler um livro—não mesmo. Eu não sabia como fazer as perguntas corretas enquanto lia. Como analisar os principais argumentos do livro, ou como marcar meu exemplar para uso posterior.

Eu suspeito que a maioria das pessoas tampouco saiba como ouvir um sermão. Digo isto não como pregador, mas como ouvinte. Durante os últimos trinta e cinco anos eu ouvi mais de três mil sermões. Uma vez que sempre cultuei em igrejas que acreditam na Bíblia, a maioria destes me fez bem espiritual. Entretanto, fico imaginando quantos deles me ajudaram tanto quando deveriam. Francamente, temo que muitos sermões passaram pelos meus tímpanos sem marcarem meu cérebro ou alcançarem meu coração.
Então, qual a maneira correta de ouvir um sermão? Com uma alma preparada, uma mente alerta, uma Bíblia aberta, um coração receptivo e uma vida pronta para entrar em ação.
A primeira coisa é a alma estar preparada. A maioria das pessoas assume que o sermão começa quando o pastor abre a boca no domingo. Entretanto, ouvir um sermão começa na semana anterior. Começa quando oramos pelo ministro, pedindo a Deus que abençoe o tempo que ele gasta estudando a Bíblia e se preparando para pregar. Além de ajudar o pregador, nossas orações ajudam a criar em nós um sentimento de expectativa pelo ministério da Palavra de Deus. Esta é um das razoes porque, no que diz respeito a pregação, as igrejas geralmente recebem o que pedem em oração.

A alma precisa de preparação especial na noite antes do culto. No sábado a noite nossos pensamentos devem lembrar do Dia do Senhor. Se possível, seria bom ler a passagem bíblica agendada para a pregação. Devemos também dormir o \suficiente. Então, de manhã, nossas primeiras orações devem ser a respeito do culto público, e especialmente acerca da pregação da Palavra de Deus.

Se o corpo está bem descansado e a alma bem preparada, então a mente estará alerta. Boas pregações interessam primeiramente à mente. Afinal, é pela renovação de nossas mentes que Deus transforma nossas vidas (Rm 12.2). Então quando ouvirmos um sermão, nossas mentes tem de estar engajadas. Prestar atenção requer autodisciplina. Nossas mentes tendem a viajar durante o culto, ficamos sonhando acordados. Mas ouvir sermões é parte do culto que oferecemos a Deus. É ainda a oportunidade mais importante para ouvirmos sua voz. Não devemos insultar sua majestade e ficar olhado para os outros, pensando na semana que vem ou nos entretendo com os milhares de outros pensamentos que tumultuam nossa mente. Deus está falando e devemos ouvir.
Para isto, muitos cristãos entendem que ajuda ouvir os sermões com um lápis na mão. Embora não seja requerido tomar notas, é uma maneira de focar durante o sermão. É ainda um valioso auxilio a memória. O ato físico de escrever algo nos ajuda a fixar isto em nossas mentes. Além disso, há a vantagem de ter notas para futura referência. Tiramos mais benefício de um sermão quando mais tarde lemos, oramos e falamos acerca de nossas notas do sermão com alguém.

O lugar mais conveniente para tomar notas é dentro ou em nossas Bíblias, que sempre devem estar abertas durante um sermão. Alguns crentes fingem que conhecem a Bíblia tão bem que não precisam olhar a passagem sendo pregada. Mas isto é tolice. Mesmo se temos a passagem memorizada, sempre há coisas novas que podemos aprender ao ver o texto bíblico na página. Faz todo sentido pensar que temos mais proveito de um sermão com as nossas Bíblias abertas, não fechadas. É por isto que é tão encorajador pra um pregador expositivo ouvir o farfalhar das páginas virando enquanto sua congregação procura a passagem em uníssono.
Há outra razão para manter nossas Bíblias abertas: devemos nos assegurar que aquilo que o ministro diz está de acordo com as Escrituras. A Bíblia diz, acerca dos Bereanos que Paulo encontrou em sua segunda viagem missionária, “eles receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim”. Poderia se esperar que os Bereanos fossem criticados por ousar escrutinar o ensino do apóstolo Paulo. Ao contrário, eles foram elogiados por seu compromisso em testar cada doutrina de acordo com as Escrituras.

Ouvir um sermão — realmente ouvi — envolve mais que nossas mentes. Também requer corações receptivos à influência do Espírito de Deus. Algo importante ocorre quando ouvimos um sermão. Deus fala conosco. Através do ministério interno de seu Espírito Santo, ele usa sua Palavra para acalmar nossos medos, confortar nossos sofrimentos, incomodar nossa consciência, expor nosso pecado, proclamar a graça de Deus e nos fortalecer em nossa fé. Mas todas estas são coisas do coração, não apenas da mente, logo ouvir um sermão nunca é apenas um exercício intelectual. Precisamos receber a verdade bíblica em nossos corações, permitindo que o que Deus fala influencie o que amamos, o que desejamos e o que adoramos.
A última coisa a dizer sobre ouvir sermões é que deveríamos estar ansiosos por colocar em prática o que aprendemos. Boas pregações sempre aplicam a Bíblia à vida diária. Nos ensinam que promessas crer, que pecados evitar, que atributos divinos adorar, que virtudes cultivar, que objetivos perseguir, que boas obras fazer. Sempre há algo que Deus quer que façamos em resposta à pregação de sua Palavra. Somos chamados a ser “praticantes da Palavra, não somente ouvintes” (Tiago 1.22). Se não somos praticantes, então não fomos ouvintes e o sermão foi desperdiçado em nós.

Você sabe como ouvir um sermão? Ouvir—realmente ouvir—envolve uma alma preparada, uma mente alerta, uma Bíblia aberta e um coração receptivo. Mas a melhor maneira de verificar se estamos ouvindo é pela maneira que vivemos. Nossas vidas devem repetir os sermões que ouvimos. Como o apostolo Paulo escreveu para algumas das pessoas que ouviram seus sermões, “Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens, estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações” (2Co 3.2 e 3).
 
 
Fonte: Este artigo apareceu originalmente no site Reformation21, Copyright 2012, The Alliance of Confessing Evangelicals.
Tradução: Emílio Garofalo Neto

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Já Vimos Isto Antes: Rob Bell e o Ressurgimento da Teologia Liberal




O romancista Saul Bellow ressaltou, certa vez, que ser um profeta é uma obra excelente se você pode consegui-la. O único problema, ele sugeriu, é que, mais cedo ou mais tarde, um profeta tem de falar sobre Deus. E, nesse ponto, o profeta tem de falar com clareza. Em outras palavras, o profeta terá de falar com especificidade a respeito de quem é Deus, e, nesse ponto, as opções se restringem.

Durante os últimos vinte anos, um movimento identificado como cristianismo emergente tem feito o seu melhor para evitar o discurso com especificidade. Figuras importantes no movimento ofereceram críticas mordazes dos principais segmentos do evangelismo. Mais enfaticamente, eles têm acusado, de diversas maneiras, o cristianismo evangélico de ser excessivamente preocupado com doutrina, fora de sintonia com a cultura, muito proposicional, ofensivo além do necessário, esteticamente mal nutrido e monótono.

Muitas de suas críticas eram relevantes – em especial, aquelas alicerçadas em preocupações culturais – mas outras denunciaram o que pode ser descrito como um relacionamento estranho com a teologia cristã ortodoxa. Desde o começo do movimento, muitos líderes da igreja emergente exigiam uma grande transformação na teologia evangélica.

No entanto, mesmo quando muitos desses líderes insistiam em que permaneciam dentro do círculo evangélico, ficou claro que muitos estavam se movendo para uma postura pós-evangélica. Houve os primeiros indícios de que o rumo do movimento seguia em direção ao liberalismo teológico e ao revisionismo radical. Mas a forma predominante do argumento deles era a sugestão, e não a asseveração.

Em vez de fazerem asseverações teológicas e doutrinárias claras, figuras da igreja emergente levantam, geralmente, questões e oferecem comentários sugestivos. Influenciados pelas teorias da narrativa pós-modernas, muito no movimento da igreja emergente se apóiam em histórias, e não no argumento formal. A direção geral parecia bastante clara. Os principais líderes da igreja emergente pareciam estar impulsionando o Liberalismo Protestante – apenas um século depois.

O liberalismo protestante surgiu no século XIX quando teólogos influentes defendiam uma reforma doutrinária. O desafio deles para a igreja era simples e franco: os desafios intelectuais da era moderna tornavam impossível a crença nas doutrinas cristãs tradicionais. Friedrich Schleiermacher escreveu seus fervorosos discursos para os "desprezadores cultos" da religião, argumentando que algo de valor espiritual permanecia no cristianismo mesmo quando suas doutrinas não eram mais críveis. Historiadores eclesiásticos, como Adolf von Harnack, argumentavam que certo núcleo de verdade e poder espiritual permanecia mesmo quando as afirmações doutrinárias do cristianismo eram negadas. Nos Estados Unidos, pregadores como Harry Emerson Fosdick pregavam que o cristianismo tinha de harmonizar-se com a era moderna e abandonar suas afirmações sobrenaturais.

Os liberais não planejavam destruir o cristianismo. Pelo contrário, estavam certos de que estavam resgatando o cristianismo de si mesmo. O esforço de resgate dos liberais exigia a capitulação das doutrinas que a era moderna achou mais difíceis de aceitar, e a doutrina sobre o inferno era a principal em sua lista de doutrina que tinham de ser renunciadas.

Como observou o historiador Gary Dorrien, do Union Theological Seminary – a fortaleza do liberalismo protestante – foi a doutrina do inferno que marcou os primeiros grandes afastamentos da ortodoxia teológica nos Estados Unidos. Os primeiros liberais não podiam aceitar e não aceitariam a doutrina do inferno que incluía punição eterna consciente e o derramamento da ira de Deus sobre o pecado.

Portanto, eles a rejeitaram. Argumentaram que a doutrina sobre o inferno, embora revelada com clareza na Bíblia, difamava o caráter de Deus. Ofereceram evasivas intencionais dos ensinos da Bíblia, revisões da doutrina e rejeição do que a igreja havia afirmado em toda a sua longa história. Por volta do final do século XX, a teologia liberal havia esvaziado amplamente as principais igrejas e denominações protestantes. Quando se inicia o novo século, o liberalismo teológico é não somente uma rejeição do cristianismo bíblico – mas também uma tentativa fracassada de resgatar a igreja de suas doutrinas. Por fim, uma sociedade secular não sente qualquer necessidade de freqüentar ou apoiar igrejas secularizadas que possuem uma teologia secularizada. A negação da doutrina sobre o inferno não trouxe relevância para as igrejas liberais. Apenas enganou milhões de pessoas quanto ao seu destino eterno.

Isso nos traz à controvérsia sobre o livro Love Wins, de Rob Bell. Como a sua capa anuncia, o livro fala sobre "o céu, o inferno e o destino de cada pessoa que já viveu". Ler esse livro é uma experiência entristecedora. Já lemos esse livro antes. Não as palavras exatas, nem apresentado de modo tão habilidoso, mas o mesmo livro, o mesmo argumento, a mesma tentativa de livrar o cristianismo da Bíblia.

Rob Bell, como comunicador, é um gênio. Ele é o mestre da pergunta pungente, da história distorcida e da anedota pessoal. Como Harry Emerson Fosdick, o paladino do liberalismo no púlpito, Rob Bell é um exímio comunicador. Se ele tivesse planejado defender o ensino bíblico sobre o inferno, ele o teria feito maravilhosamente. Teria prestado um grande serviço à igreja. Mas isso não foi o que ele intencionou fazer.

Como Fosdick, Rob Bell se preocupa profundamente com as pessoas. Isso se evidencia em seu escritos. Não há razão para duvidarmos que Rob Bell escreveu este livro motivado por sua preocupação pessoal com as pessoas que se irritam com a doutrina sobre o inferno. Se essa preocupação tivesse sido direcionada a uma apresentação de como a doutrina bíblica sobre o inferno se encaixa no contexto mais amplo do amor e da justiça de Deus e do evangelho de Jesus Cristo, isso teria sido um benefício para milhares de cristãos e outras pessoas que procuram entender a fé cristã. Mas não é isso que Bell faz em seu novo livro.

Em vez disso, Rob Bell usa seu incrível poder literário e comunicativo para dividir a mensagem da Bíblia e lançar dúvidas sobre os seus ensinos.

Ele afirma claramente o seu interesse: "Um impressionante número de pessoas têm sido ensinadas de que um grupo seleto de cristãos viverão para sempre em lugar de paz, regozijo e alegria chamado céu, enquanto o resto da humanidade viverá para sempre em tormento e punição no inferno, sem qualquer chance de algo melhor. Diz-se claramente a muitos que essa crença é uma doutrina central da fé cristã e que rejeitá-la significa, em essência, rejeitar a Jesus. Isso é errado, prejudicial e, em última análise, subverte a contagiante propagação da mensagem de amor, paz, perdão e alegria de Jesus, a mensagem que o nosso mundo precisa ouvir urgentemente".

Essa é uma afirmação tremenda; é bastante clara. Rob Bell crê que a doutrina da punição eterna de pecadores que não se arrependem está impedindo que as pessoas venham a Jesus. Esse é um pensamento inquietante, mas, sob melhor análise, destrói a si mesmo. Em primeiro lugar, Jesus falou com muita clareza sobre o inferno, usando uma linguagem que só pode ser descrita como explícita. Jesus advertiu sobre "aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo" (Mt 10.28).

Em Love Wins, Rob Bell faz o seu melhor para argumentar que a igreja tem permitido que a história do amor de Jesus seja pervertida por outras histórias. A história de um inferno eterno não é, ele crê, uma boa história. Ele sugere que uma história melhor envolveria a possibilidade de o pecador vir à fé em Cristo depois da morte, ou de o inferno ser uma cessação de existência, ou de o inferno ser, por fim, esvaziado de seus habitantes. O problema, é claro, é que a Bíblia não nos dá qualquer indício da possibilidade de um pecador ser salvo depois da morte. Em vez disso, a Bíblia diz: "Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo" (Hb 9.27).

Ele também advoga uma forma de salvação universal. Novamente, as afirmações de Rob Bell são mais sugestivas do que declarativas, mas ele tenciona claramente que seus leitores sejam persuadidos de que é possível – até provável – que aqueles que resistem, rejeitam ou nunca ouvem de Cristo possam, apesar disso, ser salvos por meio de Cristo. Isso significa que nenhuma fé consciente em Cristo é necessária para a salvação. Bell sabe que tem de lidar com textos como Romanos 10.14: "E como ouvirão, se não há quem pregue?" Ele diz que concorda sinceramente com esse argumento do apóstolo Paulo, mas, em seguida, descarta todo o argumento e sugere que esse não pode ser o plano de Deus. Evita totalmente a conclusão de Paulo de que a fé vem pelo ouvir e o ouvir "pela palavra de Cristo" (Rm 10.17). Bell rejeita a idéia de que uma pessoa tem de chegar a um conhecimento pessoal de Cristo nesta vida, para que seja salva. "E se o missionário não alcançar os perdidos?", ele pergunta.

Essa é a maneira como Rob Bell lida com a Bíblia. Ele argumenta que as portas que nunca se fecharão na Nova Jerusalém (Ap 21.25) significam que a oportunidade de salvação jamais se fecha, mas ele evita considerar o capítulo anterior, que inclui a afirmação clara da justiça de Deus: "E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo" (Ap 20.15). As portas eternamente abertas da Nova Jerusalém aparecem depois desse julgamento.

Assim como muitos outros, Bell quer separar a mensagem de Jesus das outras vozes do Novo Testamento, em especial a voz do apóstolo Paulo. Nisto, temos de enfrentar a inescapável questão da autoridade bíblica. Ou afirmaremos que cada palavra da Bíblia é verdadeira, digna de confiança e plena de autoridade, ou criaremos nossa própria Bíblia, de acordo com nossas preferências. Em palavras francas, se Paulo e Jesus não falam a mesma coisa, não temos qualquer idéia do que é realmente verdadeiro.

Bell prefere o inclusivismo, a crença de que Cristo está salvando a humanidade por outros meios além do evangelho, incluindo outras religiões. Mas ele confunde as coisas, parecendo advogar o universalismo em algumas páginas, mas esquivando-se de uma afirmação plena. Ele rejeita a crença de que a fé consciente em Cristo é necessária para a salvação, mas não se firma com clareza numa descrição específica do que ele crê.

Bell tenta reduzir toda a Bíblia e a inteireza do evangelho a história e crê que é seu direito e dever determinar que história é melhor do que outra – que versão do cristianismo será convincente e atraente para os incrédulos. Afinal de contas, ele estabeleceu isso como seu alvo – substituir a história recebida por algo que vê como melhor.

O primeiro problema nessa atitude é óbvio. Não temos nenhum direito de determinar que "história" do evangelho preferimos ou achamos mais convincente. Temos de lidar com o evangelho que recebemos de Cristo e dos apóstolos, a fé que uma vez por todas foi entregue à igreja. Sugerir que outra história é melhor e mais atraente do que essa história é audácia de proporções fenomenais. A igreja está presa à história revelada na Bíblia – em toda a Bíblia... cada palavra dela.

Há um segundo problema, um problema que podemos achar que já tínhamos aprendido. O liberalismo não convence. Bell quer argumentar que o amor de Deus é tão poderoso, que "Deus consegue o que Deus quer". Ora, Deus quer a salvação de todos, Bell argumenta, logo, todos serão salvos – alguns depois da morte, até muito tempo depois da morte. Mas ele não pode sustentar essa idéia por causa da sua absoluta afirmação da autonomia humana: Deus mesmo não pode impedir e não impedirá de ir para o inferno alguém que está decidido a ir para lá. Portanto, se entendemos Bell em seus próprios termos, nem ele crê que "Deus consegue o que Deus quer".
Semelhantemente, o argumento de Bell está centralizado na afirmação do caráter amoroso de Deus, mas ele separa o amor da justiça e da santidade. Isso é característico do liberalismo tradicional. O amor é divorciado da santidade e se torna mera sentimentalidade. Bell quer resgatar a Deus de qualquer ensino de que sua ira é derramada sobre o pecado e pecadores e, com certeza, em qualquer sentido de punição eternamente consciente. Mas Bell também quer Deus vindique as vítimas de assassinato, estupro, abuso infantil e males semelhantes. Ele parece não reconhecer que tem destruído sua própria história, deixando Deus incapaz ou indisposto de realizar sua própria justiça.

Na verdade, qualquer esforço humano para oferecer ao mundo uma história superior à abrangente história da Bíblia fracassa em todos os lados. É uma abdicação da autoridade bíblica, uma negação da verdade bíblica e um evangelho falso. Engana pecadores e não salva. Também fracassa em seu alvo central – convencer pecadores a pensarem melhor em Deus. O verdadeiro evangelho é o evangelho que salva – o evangelho que tem de ser ouvido e crido, para que pecadores sejam salvos.

Mas é exatamente neste ponto que o livro de Rob Bell se desvia. Ele descreve o evangelho nestes termos:

Começa na verdade certa e segura de que somos amados. A verdade de que, apesar do que saiu horrivelmente errado em nosso coração e se espalhou por todos os cantos do mundo; apesar de nossos pecados, erros, rebelião e coração insensível; apesar do que foi feito para nós e do que temos feito, Deus fez as pazes conosco.

Ausente do evangelho de Rob Bell, está qualquer referência clara a Cristo, qualquer entendimento adequado do pecado, qualquer afirmação da santidade de Deus e de sua garantia de punir o pecado, qualquer referência ao sangue derramado de Cristo, de sua morte na cruz, de sua expiação vicária e de sua ressurreição e, tão impressionantemente, qualquer referência à fé como a reposta de pecadores às boas-novas do evangelho. Aqui não há verdadeiro evangelho. Isso é apenas uma reedição da mensagem impotente do liberalismo teológico.

N. Richard Niebuhr condensou brilhantemente a teologia liberal nesta sentença: "Um Deus sem ira trouxe homens sem pecado a um reino sem julgamento por meio das ministrações de um Cristo sem uma cruz".

Sim, já lemos este livro antes. Com Love Wins, Rob Bell se move firmemente no mundo do liberalismo protestante. Sua mensagem é um liberalismo que chega tarde no cenário. Tragicamente, sua mensagem confundirá muitos crentes, bem como inúmeros incrédulos.
Não ousamos evadir-nos de tudo que a Bíblia diz sobre o inferno. Jamais devemos confundir o evangelho, nem oferecer sugestões de que talvez haja algum meio de salvação além da fé consciente em Jesus Cristo. Jamais devemos crer que podemos fazer um trabalho de relações públicas a respeito do evangelho ou do caráter de Deus. Jamais devemos ser imprecisos e subversivamente sugestivos sobre ao que a Bíblia ensina.

Nas páginas iniciais de Love Wins, Rob Bell garante aos seus leitores que "nada neste livro não foi ensinado, sugerido ou celebrado por muitos antes de mim". Isso é bastante verdadeiro. Mas a tragédia é que essas coisas foram ensinadas, sugeridas e celebradas por aqueles cuja companhia nenhum amigo do evangelho deveria querer. Neste novo livro, Rob Bell toma sua posição com aqueles que tem procurado resgatar o cristianismo de si mesmo. Sob qualquer medida, isso é uma grande tragédia.

Traduzido por: Wellington Ferreira


Copyright:
© R. Albert Mohler Jr.
©2011 Editora Fiel


Traduzido do original em inglês: We Have Seen All This Before: Rob Bell and the (Re)Emergence of Liberal Theology. Publicado originalmente no site: www.albertmohler.com

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A IGREJA PRECISA DE REFORMA ?

Por 
Taciano Cassimiro

É do conhecimento de todos, os acontecimentos do século XVI, nessa época a autoridade da igreja repousava sua na tradição, nos bispos e papas. Desvios morais, teologicos e decadência espiritual eram os grandes dilemas. Grandes vozes ecoaram na busca pela pureza e retorno as Escrituras, dentre estas podemos destacar Zwinglio, Lutero e Calvino. No final de tudo a Reforma era inevitavel, a Igreja não reconheceu seus erros, e dai em diante surge um novo ramo no cristianismo, os assim conhecidos PROTESTANTES. Entre os principais destacam-se os Luteranos, Anglicanos, Presbiterianos, Batistas e Reformados.

Mas, será que a igreja precisa de uma " Nova Reforma "? Talvéz a melhor resposta seria, sim e não. No século XVI, em tese a Igreja era uma só, hoje temos inúmeras. O movimento evangelico hoje mais parece uma gigantesca colcha de retalhos de várias matizes, assim, temos: Igreja Assembleia de Deus do Azeite Quente, Igreja Asas de Águia – Visão Além do Alcance, Igreja Se Não Vigiar Você Fica Fora (IEPJVSNVVFF), Igreja Bailarinas da Valsa Divina, Igreja do Cavaleiro do Cavalo Branco do Apocalipse 6.2. 

Temos igrejas locais sérias, e que não abandonaram os principios da Palavra de Deus, por outro lado, sabemos da existencia de inúmeras que do evangelho só carregam o nome. Diante disso, cada comunidade deveria ou deve se auto-avaliarem a luz da Bíblia, e com base nesta se reformar ou não.

Qual é a sua opinião?

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