terça-feira, 26 de abril de 2011

Assim não Caio Fábio

Por 
Taciano Cassimiro
Na minha simples opinião, Caio Fábio, é o maior e melhor pregador que este pais já conheceu ( conhece ), nas palavras do pastor Ariovaldo Ramos, "Caio é o melhor de nós". Aos 15 anos de idade, quando fazia parte de uma denominação pentecostal, começei a ler os livros do então, Rev. Caio Fábio, e posso dizer que foi uma experiência maravilhosa e libertadora. Aprendi muito e continuo aprendendo. Lí praticamete todos os livros, comprei muitos videos, e procurei ouvir todas as mensagens possiveis. Pude constatar que de certa forma ,Caio Fábio, fez moda na Igreja Presbiteriana do Brasil, em particular, pois, muitos pastores pregavam( mensagens baseadas em seus livros ), se expressavam, e usavam palavras tipicas de Caio Fábio, sem contar o cavanhaque. Ainda hoje é possivel ver sua influência. 
Poucos conhecem tão bem a igreja evangelica brasileira quanto Caio Fábio. 
No que diz respeito ao que ocorreu em sua vida pessoal e ministérial, é águas passadas, e assim como Deus restaurou seus servos no passado, ELE restaurou Caio Fábio, e não retirou dele o seu Espírito, graça e unção.
Porém, em algumas aparições ,Caio Fábio, tem usado alguns termos, que não condiz com um mensageiro de Deus, e que são totalmente deselegantes, e de certa forma lamentavel, uma vez que tantos jovens ainda o têm como inspiração. Hoje, eu tenho dificuldades pra colocar um video, e assistir com meus amigos, e novos convertidos da Congregação que pastoreio mensagens de CAIO FÁBIO, não por causa de sua pessoa, e sim, pelo fato de constantemente usar palavras que costumamos chamar de " baixo calão", palavras que realmente Jesus Cristo e os apostolos não usariam em suas pregações. E é justamente o apostolo Paulo que nos exorta dizendo " Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamete a que for boa para edificação, conforme a necessidade,e, assim, transmita graça aos que ouvem Ef 4.29 ". O termo torpe usado por Paulo significa corrompido (do grego sarprós), e, indica toda palavra ou conversa que em si seja prejudicial, desvirtue ou ofenda os ouvidos de quem a recebe; e, isto envolve desde palavrões, mentiras, até a maledicência. É possivel discordar, criticar, denunciar alguém, alguma coisa ou instituiçaõ, porém, deve ser feito de forma cristã, com uso de palavras que promova a edificação e graça como nos diz as Escrituras. 
De certa forma a impressão que tenho, e que Caio Fábio faz questão de passar a imagem de " um homem amargurado, irado, e decepcionado, talvés com alguém ou alguns, que não lhe estenderam a mãos quando ele mais precisou ". As vezes não reconheço o Caio Fábio que aparece na tela . Independentemente das frustrações que experimentamos na vida cristã e ministerial, temos que ser maduros e continuar agindo, vivendo e falando como verdadeiros cristãos.
Finalizo minhas palavras pedindo ao " Principe dos Pregadores Brasileiros " que não deixe a mágoa, e o rancor guiar suas palavras. Seja pra igreja brasileira o que sempre desejou ser, foi e é " um canal de benção ". Pois, meu desejo é que meus filhos, John Wesley, 12, e Caio Fábio, 4, que já diz que vai ser pastor possa ouvi-lo e assisti-lo na certeza de que vai aprender o evangelho, e também palavras edificantes.
Quanto as palavras torpes que não é licito mencionar, que tem sido utilizadas por este servo de Deus, eu exclamo, " ASSIM NÃO CAIO FÁBIO!".

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Idolatria evangélica: Conheça a Santa Paula Valadão

Sempre dou aquela passadinha básica em outros blogs e sites. Faço questão de ler alguns posts, deixar meu comentário e assim aprender sempre mais. Bom, porém, fiquei espantado ao saber da canonização evangelica realizada por um grupo de jovens que revelando falta de maturidade e obediência as Escrituras Sagradas louvam a " Santa Paula Valadão ".  

Se não houvesse precedentes na cultura evangelica brasileira, eu diria, " só faltava essa ! ".

Eis, o louvor na integra:



O mais triste de tudo é que são alunos do centro de formação de missionários e pastores do ministério Diante do Trono. Isso significa que não aprenderam (ou não lhes foi ensinado) nem o básico mais básico da doutrina cristã: que toda a honra e a glória pertence a Deus, não a homem ou mulher algum.

***
Link Youtube caso deseje ouvir a música http://www.youtube.com/watch?v=-sPP9aKIwZY&feature=player_embedded

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Meu parecer sobre: Deus e a catástrofe no Japão

 Por 
Taciano Cassimiro

Depois da catástrofe no Japão do dia 11 de Março muitos pastores passaram a discutir se “ Deus causou ou não o terremoto, consequentemente, o Tsunami e as mortes”. Nomes como o do teólogo reformado ,John Piper , e Brian Mclaren, ocuparam as principais paginas. Quanto a Ricardo Gondim, dispensarei comentário, pois, o Deus de Gondim, e suas relações com o Cosmo não está na Bíblia, é um Deus inventando.


Voltando e indo direto ao assunto. Será mesmo que Deus causou o terremoto no Japão? Se a resposta for ,sim, logo, Deus é o autor da tragédia, e das mortes. Então, como falar para as vitimas que sobreviveram da tragédia, e que perderam parentes e bens. Que Deus causou tudo, e mesmo assim continua os amando? 


Se a resposta for “ Deus não causou o terremoto no Japão “, tudo foi obra da natureza, das leis naturais como prova de que ““....Deus cria espaço e tempo para um universo ser, tornar-se, a desdobrar-se em sua própria história, sua própria evolução...” como afirma Mclaren. Isso, não implicaria de alguma forma na soberania de Deus, deixando-nos a convicção de que Deus não controla, não determina, e que sua soberania embora seja real, é limitada, e  os acontecimentos no Japão estão dentro desse limite estabelecido por Ele mesmo?


É com esta tensão que Piper e Mclaren dão respostas, algumas simples demais, outras filosóficas em excesso, porém, sempre com o intuito de ser o mais bíblico possível. Ao analisar as argumentações de ambos, é possível voltar no tempo, e suscitar nomes como o de Agostinho, Pelágio,  M.Lutero, Calvino, Armínio, os remonstrantes e Charles Spurgeon . A verdade é que, tentar harmonizar a soberania de Deus com tudo que acontece, bom e mal, vida e morte, e tragédia como a do Japão sempre foi um grande desafio da teologia.


Sou teólogo reformado, meu blog é “ Teologia Reformada “. Mais, isto não significa dizer que tenho, ou que a teologia reformada tenha resposta satisfatória pra todos. Mesmo assim, afirmo que creio nas grandes doutrinas da graça, principalmente, na doutrina da predestinação, e na soberania de Deus na história humana. Embora minha resposta pareça evasiva quanto ao titulo da postagem se “ Deus é ou não o causador do terremoto no Japão “,  vos afirmo que creio “ No Deus Todo-Poderoso, que governa e controla todas as coisas, e que todos os fatos que aconteceram, que estão acontecendo, e que ainda acontecerão, não escapam de seu conhecimento, de seus propósitos e tudo contribui para sua glória. E que as leis naturais, não são independentes de Deus, e ainda que eu não consiga entender o porque de muitas coisas, prefiro acreditar em um Deus com estes atributos e revelado dessa forma pelas Escrituras,do QUER, supor ou acreditar em um Deus que é pego de surpresa a todo instante, necessitando agir, de acordo com os acontecimentos do dia, sendo refém da historia, da natureza e de nós seres humanos super limitados”.


Deixemos Deus ser Deus. E façamos o que nos convém fazer em Cristo e com Cristo: promover a paz, amor e esperança, pra tantos, que todos os dias estão sofrendo os mais diversos infortúnios, e não raro, ocupamos o nosso tempo tentando explicar os “ mistérios de Deus “, ao invés de demonstrarmos que somos de Deus, por meio das boas obras que provem de um coração com Cristo.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

LIÇÕES QUE NOS VEM DE NEEMIAS

Por Taciano Cassimiro

  Texto: Neemias 1. 1 – 4 
( sugerimos a leitura de todo livro )
Reflexão
A Alemanha teve Martinho Lutero ( 1483-1546 ),  a Suíça, Zwinglio ( 1484-1531 ) e Calvino ( 1509-1564), Escócia, John Knox ( 1514-1572 ) e a Inglaterra no período da Segunda Grande Guerra Mundial contou com Winston Churchill ( 18741965)


Todos estes foram grandes homens, e ajudaram seus países a superarem suas crises, a ponto de transformar a história de suas nações para sempre, e deixar um grande legado.
Alguns impérios dominaram e ultrajaram o povo de Deus no Antigo e Novo Testamento, a saber: O Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma.

No período Persa surgiu o judeu, Neemias, ( Javé Conforta ), copeiro de ARTAXERXES (Artaxerxes Longimanus), grande homem, servo e audacioso, que mudaria a história do seu povo. Neemias liderou um grupo que voltou do CATIVEIRO para Jerusalém, onde foi governador e realizou reformas. Foi um homem de habilidade, coragem e ação. Em tudo dependia de Deus, aquém constantemente recorria em oração.

As mudanças promovidas por Neemias contêm elementos espirituais, morais e vivenciais, e que devem ser aplicadas por nós, em nossas vidas e, em nossos ministérios.


Vejamos algumas “ lições que nos vem de Neemias “:


       1  .  Neemias era sensível a realidade de seu povo
Ao saber das condições que Jerusalém se encontrava, Neemias, “ lamenta e chora “. Sua sensibilidade lhe permitiu conhecer melhor o problema de sua nação, de seu povo. Sua sensibilidade não é meramente contemplativa, é quebrantadora e o conduz a ação.  Agora ele está disposto a trabalhar em benefício do seu povo.


Em nossos ministérios precisamos ser sensíveis a realidade de nosso povo, precisamos chorar e agir sob a ação do Espírito Santo.


É necessário ser sensível a voz do Espírito de Deus.

        2.      Neemias como um exemplo de piedade
Neemias era um homem piedoso “ ele orava e jejuava “. 


Diante da:

Dificuldade, Neemias orava 1.4
Consciência de pecado, Neemias orava 1.6-9
Afrontas e desprezo dos inimigos, Neemias orava 4.4
Em momento de fraqueza, ele orava 6.9

Grandes homens na história influenciaram vidas mediante a sua piedade, a saber: John Knox ( 1514-1572 )na Escócia e, Evans Roberts ( 1878–1951 ) no Pais de Gales , que, com oração, e entrega total a Deus presenciou um grande avivamento.


Nossos ministérios precisam ter a marca da oração, precisamos orar em todas as circunstancias. Não podemos esquecer o velho e bom conselho paulino “ Orai cem cessar “.


       3.      Neemias não perdeu a consciência de pecado ( hoje perdida POR MUITOS ) 

Neemias reconhece sua pecaminosidade, e por isso, se confessa, e  faz o mesmo em nome do seu povo 1.6-9.

Com este entendimento, Joseph Alleine (1634-1668) pastor puritano, insta seu público a meditar sobre o “número”, “gravidade”, “deformidade”, e “torpeza” de seus pecados.

Neemias sabia que antes da reedificação dos muros, era preciso o acerto com Deus e sua aliança. Era preciso a remoção dos entulhos. Não haveria reedificação sem confissão, sem arrependimento, sem mudança de atitude e mente.
Em nossos ministérios é preciso à remoção de entulhos.

 Horatius Bonar, em seu livro “ Recados para os Ganhadores de Alma “. Chama de castas ( pecados, vícios e todas as coisas que não agrada a Deus ) e que devem ser retiradas de nós.

        4.      Neemias foi um homem de ação
Neemias sabia que precisaria do apoio e do envolvimento do povo para reedificação. Por isso:
·         Convoca o povo
·         Estimula o povo
·         Mexe com o orgulho do povo, pois, o mesmo encontrava-se ferido.

Neemias era homem sábio, e por isso entende que não poderia fazer tudo sozinho, ele precisava do povo.

Sir Winston Churchill ( 18741965) foi um político, estadista, escritor, jornalista, orador e historiador britânico, famoso principalmente por sua atuação como primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi primeiro-ministro por duas vezes (1940-45 e 1951-55). Ele é o único primeiro-ministro britânico a ter recebido o Prêmio Nobel de Literatura e o primeiro Cidadão Honorário dos Estados Unidos. Nos momentos de dificuldades, quando parecia que os inimigos alemães iriam vencer os ingleses, ele convocava, estimulava e mexia com o orgulho do SEU POVO, para resistirem, lutarem e assim vencer os inimigos. 

Churchill era um homem de ação.

Neemias era um homem de ação

Os missionários, pastores, presbíteros e diáconos devem ser homens de ação. Se quisermos crescimento, se desejamos uma comunidade forte, é preciso agir, e agir sob a ação e poder de Deus.


Neemias ainda fala, ouçamos sua voz e sigamos seu exemplo de:
Sensibilidade, piedade, consciência de pecado e ação.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Dispensacionalismo

ORIGEM E DIVULGAÇÃO

O movimento chamado de dispensacionalismo surgiu em meados do século passado na Inglaterra, através do grupo que levou o nome de Irmãos ou Irmãos de Plymouth, por ter nesta cidade seu quartel general. Seu principal expoente foi John Nelson Darby (1800-1882), um irlandês que, insatisfeito com a Igreja Anglicana, da qual era ministro (cura), juntou-se ao grupo dos Irmãos em 1827. Por volta de 1830 Darby já era o principal líder dos Irmãos, dada a sua capacidade de organização e a sua proficiência em escrever. 

I.  Características Principais Desse Grupo:

a) Ênfase dada às reuniões semanais de estudo bíblicos e celebração da Ceia do Senhor, associada a um desprezo por qualquer tipo de organização denominacional ou forma de culto. Os Irmãos rejeitavam qualquer sistema clerical ou de classe ministerial, insistindo que estavam regressando à forma simples de culto e governo eclesiástico dos apóstolos. 

b) Embora não fosse o tema principal no começo, não tardou para que a doutrina da volta de Cristo ocupasse o centro dos estudos e, com ela, surgisse com grande ímpeto o desenvolvimento de um novo modelo de interpretação bíblica. Darby e seus seguidores passaram a alardear que haviam “redescoberto verdades” que foram desconhecidas ao longo de toda a história, desde os dias apostólicos, as quais teriam ficado à margem do ensino tradicional do Cristianismo histórico. Fazia parte desse novo modelo àquilo que passou a ser chamado até hoje, nos círculos dispensacionalistas, de “interpretação literal das profecias” e de que devemos também nos ocupar neste trabalho. 

II. A Propagação em Relação ao Dispensacionalismo:

Esse novo modo de interpretação bíblica, especialmente de profecias, ganhou popularidade rapidamente nos círculos evangélicos, graças ao grande trabalho de divulgação que dele foi feito pelo próprio Darby e por seus seguidores, e graças, principalmente, ao grande volume de livros, panfletos e artigos sobre o assunto que foram, desde então, escritos e ainda continuam sendo. Grandes movimentos, como o das Conferências Evangelísticas de Dwight L. Moody, eram virtualmente controlados por dispensacionalistas. A escola fundada por Moody, que passou a chamar-se Instituto Bíblico Moody, assim como diversas outras escolas teológicas, como o atual Seminário Teológico de Dallas, passaram a ser verdadeiros centros de doutrinação dispensacionalistas, nos Estados Unidos. 

O mesmo se dá hoje no Brasil, especialmente com os institutos bíblicos chamados de interdenominacionais, de modo geral. Outro fator que muito contribuiu para a difusão do pensamento dispensacionalistas foi à publicação da chamada Bíblia de Referência de Scofield, em 1909, a qual já vendeu mais de dois milhões de cópias desde então. A Bíblia de Scofield ou, mais corretamente, a Bíblia de Referência de Scofield é, na verdade, uma edição da Versão King James, com anotações feitas por Scofield, na linha de interpretação dispensacionalistas.

William E. Cox afirma que “o pai do dispensacionalismo, Darby, assim como seus ensinos, provavelmente não seriam conhecidos hoje, não fosse por seu devoto seguidor, Scofield”.

Cyrus Ingerson Scofield (1843 - 1921) nasceu nos Estados Unidos (morreu aos 78 anos) e foi, até sua conversão em 1879 (36 anos), advogado e político. Três anos após sua conversão foi ordenado ministro congregacional, sem qualquer formação teológica, e foi assim, sem formação teológica, que escreveu sua Bíblia de Referência. 

Os estudiosos e historiadores do Cristianismo são unânimes em afirmar que a Bíblia de Scofield trouxe benefícios de uma certa ordem, pois estimulou o interesse pelo estudo bíblico e o respeito pela autoridade da Palavra de Deus, numa época em que a Alta Crítica e a teologia liberal atacavam o Livro Sagrado. Scofield era, de qualquer forma, um conservador, no sentido em que acreditava na inspiração e na inerrância da Bíblia. Mas não resta dúvidas de que trouxe também seríssimos prejuízos à Igreja de Cristo, na medida em que, desviando-se da linha histórica de interpretação bíblica, popularizou e erigiu à posição de quase dogma, em muitos círculos cristãos, uma hermenêutica falha e um conceito falso a respeito do modo de Deus tratar com os homens, a respeito da salvação e, especialmente, a respeito da Igreja de Cristo.

III. O Dispensacionalismo Não Está Ligado a UM Grupo em Particular:

O Dispensacionalismo não se constitui propriamente numa denominação e, embora tenha surgido com os Irmãos, que são hoje um pequeno grupo, não se restringe a eles nem a qualquer denominação, em particular. Há dispensacionalistas hoje em, praticamente, todos os ramos do Protestantismo e até naqueles onde a sua presença representa uma negação de certos princípios doutrinários distintivos, como no caso do Presbiterianismo, por contraditório que possa parecer. 

Acreditamos que não há presbiterianos dispensacionalistas, mas certamente há dispensacionalistas presbiterianos. No primeiro caso estamos usando a palavra “presbiteriano” com conotação teológica e, no segundo, com conotação denominacional. 

IMPORTANTE: O Dispensacionalismo tem sido geralmente, confundido com o Pré-milenismo, mas não são a mesma coisa. Todo dispensacionalista é, necessariamente, pré-milenista, mas nem todo pré-milenista é necessariamente dispensacionalista.
É preciso dizer, também, que há pelo menos Três Tipos de Dispensacionalismo, com marcantes diferenças entre si:

1. Ultra-Dispensacionalismo, desenvolvido por E. W. Bullinger (1837-1913), que faz distinção entre a “Igreja Apostólica Pentecostal” do livro de Atos e a “Igreja-Mistério Paulina”, das Epístolas da Prisão, que ele chama de “igreja corpo” e “igreja noiva”, respectivamente. Bullinger ainda faz distinção entre essas duas igrejas e a de Mateus 16, que Jesus chamou de “minha igreja” e que, segundo ele, será uma igreja judaica remanescente no futuro. O ultra-dispensacionalismo é, segundo Allis, o método levado ao extremo ou às suas últimas conseqüências. OBS: Para Bullinger há três tipos de igrejas.

2. Dispensacionalismo Clássico: é representado por C. I. Scofield e por Lewis S. Chafer, fundador do Seminário de Dallas, e segundo o qual o plano de Deus para com Israel é puramente terreno e para com a Igreja, celestial; há dois modos de salvação (obras no VT e fé no NT) e, segundo Chafer, dois Novos Pactos. Este foi o tipo de dispensacionalismo que prevaleceu desde o século passado até meados deste (1800 a 1950).

3. Neo-Dispensacionalismo: é agora defendido por homens como Charles C. Ryrie, John F. Walvoord e J. Dwight Pentecost, segundo o qual Israel e a Igreja se ajuntarão após o milênio; há um só modo de salvação em ambos os Testamentos (fé) e um só Pacto. É a linha atual do Seminário de Dallas. 

IV. As Sete (oito) Dispensações:

Aliás, vem daí, desse ensino, o termo dispensacionalismo pelo qual o sistema é conhecido. Embora a palavra “dispensação” signifique literalmente “administração” ou “mordomia” derivada de – oikonomia Ef. 3:2), ela é empregada pelos dispensacionalistas para designar:

Um período de tempo durante o qual o homem é testado quanto à sua obediência a alguma revelação específica da vontade de Deus”, segundo a própria definição de Scofield (que é a mesma do “Dicionário Aurélio”). É dito que cada uma dessas dispensações termina com o fracasso humano e o inevitável juízo de Deus. Diz Scofield: 

Esses períodos se distinguem nas Escrituras por uma mudança no método divino de tratar a humanidade, ou parte dela, no que se refere a estas duas grandes verdades: pecado e responsabilidade humana. Cada Dispensação pode ser considerada como uma prova para o homem natural e termina sempre em juízo, demonstrando assim o seu completo fracasso. Cinco dessas dispensações, ou períodos de tempo, já se consumaram. Estamos vivendo na sexta, cujo término, segundo tudo faz crer, está para breve. A sétima, ou a última, ficará para o futuro - É o Milênio.
 
V. As Chamadas Dispensações São as Seguintes:
 
1ª) Da Inocência, que começou com a criação de Adão, e terminou com a sua expulsão do Éden;
2ª) Da Consciência, que começou com a expulsão do Jardim (consciência do bem e do mal) e terminou com o dilúvio;
3ª) Do Governo Humano, que começou com o dilúvio e terminou com a confusão das línguas;
4ª) Da Promessa, que começou com Abraão e terminou com a escravidão no Egito;
5ª) Da Lei, que começou no Sinai e terminou com a expulsão de Israel e Judá da terra de Canaã;
6ª) Da Graça, a atual, que começou com a morte de Cristo e terminará com o arrebatamento da Igreja;
7ª) Do Reino, que começará com a Segunda Vinda de Cristo e terminará com o juízo do Grande Trono Branco - é também chamada de Dispensação do Milênio.

VI. A Hermenêutica Dispensacionalista:

a) Em Relação à Salvação Durante os Períodos: Vetero e Neo-Testamentário:

Este é um dos pontos mais delicados do sistema dispensacionalista e aquele em que tem havido mais hesitação e duplicidade. Embora neguem que o sistema ensine a salvação à parte da fé, não se pode deixar de entender isso nas declarações de seus expositores, pelo menos os do dispensacionalismo clássico. Há até quem alegue que as sete dispensações acabam criando sete diferentes planos de salvação. A rígida distinção entre Israel e Igreja e lei e graça leva o dispensacionalista a conclusões indesejáveis, mas inevitáveis, no que diz respeito ao modo de salvação. 

Embora dispensacionalistas atuais reclamem que os críticos desse sistema são injustos ao atribuir-lhe dois diferentes modos de salvação, como na seguinte citação de Ryrie feita por Gunn, segundo a qual “nem os mais antigos nem os mais novos dispensacionalistas ensinam dois modos de salvação, e não é justo tentar fazê-los ensinar assim repetimos:- não se pode entender de outra forma as palavras de L. S. Chafer, (Ryrie foi aluno de Chafer no Seminário de Dallas) que passamos a citar”: 

Deve-se observar aqui uma distinção entre os homens justos do Velho Testamento e os justificados de acordo com o Novo Testamento. De acordo com o Velho Testamento, os homens eram justos porque eram verdadeiros e fiéis na guarda da Lei Mosaica. Os homens eram, portanto, justos por causa de suas próprias obras para com Deus, ao passo que a justificação do Novo Testamento é a obra de Deus para com o homem, em resposta à fé (Rom. 5: 1).
 
Os ensinos do reino, como a Lei de Moisés, são baseados em um pacto de obras. Os ensinos da graça, por outro lado, são baseados num pacto de fé. Em um dos casos, a justiça é requerida; no outro, ela é provida, quer imputada e comunicada ou, então, operada interiormente (infundida). Uma é uma bênção a ser conferida por causa de uma vida perfeita, a outra é uma vida a ser vivida por causa de uma bênção perfeita já recebida.
Bem antes de Chafer, Scofield já havia escrito em sua “Bíblia Anotada” as seguintes palavras: “Como uma dispensação, a graça começa com a morte e ressurreição de Cristo. O ponto de teste não é mais a obediência legal como à condição de salvação, mas a aceitação ou rejeição de Cristo, com as boas obras como fruto da salvação”. 

A dedução lógica extraída desta afirmação é de que, antes da “Graça” as pessoas eram salvas pela obediência à lei, mas agora, pela aceitação de Cristo. A expressão “não é mais” indica que antes o era, no entender de Scofield. 

Perguntas Para os Dispensacionalistas:

1. Se a salvação era alcançada através da obediência a Lei, e muitos foram salvos por obedecer a Lei, qual a necessidade de haver uma nova dispensação? E outra, qual a necessidade da vinda de Cristo?
2. Se o homem no seu estado original, ou seja, no seu estado perfeito pecou, qual sentido faz esse homem caído continuar a ser testado? (Pois não é este o propósito das dispensações?)

3. É certo que alguns dispensacionalistas já admitem que os crentes do V.T., foram salvos pela Graça. Mas, isto não seria contraditório, já que a Graça segundo eles mesmos só aparecem a partir do N.T.?

4. Na concepção Reformada todos os salvos, em todas as Épocas, quer passada, presente ou futura, são somente em Cristo (Lc.24: 13-35). No V.T., os sacrifícios já representavam Cristo. Em nenhum lugar das Escrituras fala de alguém que foi salvo porque cumpriu com a Lei. Isto significa que a para alguém ser salvo, necessariamente houve a Graça por parte de Deus, assim também, hoje ainda há a Lei de Deus.

b) O Conceito de Israel e Igreja:

1. O texto de I Cor. 10: 32 diz: “Não vos torneis causa de tropeço nem para judeu, nem para gentios, nem tão pouco para a igreja de Deus”.

A simples menção de três grupos aí é suficiente para um dispensacionalista concluir que a própria Bíblia divide a humanidade em três partes distintas e se dirige a essas partes (grupos) separadamente, de maneira sistemática, e que esse texto fornece a “chave para todo estudo e interpretação da Bíblia”. 

“Manejar bem a palavra da verdade” (II Tim. 2:5), conforme a interpretação dispensacionalista, é estudar a Bíblia desta maneira, dispensacionalmente. M. R. DeHaan, um pregador de rádio que muito contribuiu para a divulgação desse sistema nos Estados Unidos, relacionou MANEJAR com Cortar de Maneira Correta, e relacionou o termo aos sacrifícios do Antigo Testamento.
:
Quando o ofertante trazia um cordeiro ou outro sacrifício qualquer, o mesmo era dividido em três partes (exceto no caso da oferta queimada, que era posta inteira sobre o altar). Uma parte era oferecida a Deus, outra parte era oferecida àquele que trouxera a oferta, enquanto que a terceira partilha cabia ao sacerdote. É dessa prática que foi emprestada a expressão “que maneja bem”. Significa simplesmente, dar a cada qual o que lhe pertence de direito. Ora, no estudo da Bíblia você deve ser muito cauteloso em dar à Igreja aquilo que pertence ao Corpo de Cristo, a Israel aquilo que pertence a Israel, e aos gentios aquilo que pertence aos gentios. Assim como o sacrifício era dividido ou cortado em três partes, também a Bíblia informa-nos que existem três espécies de povos neste mundo na presente dispensação.

Analisando esse sistema de interpretação, William E. Cox diz que alguém que tomasse cada versículo da Bíblia e o atribuísse a uma dessas três categorias - judeu gentio e cristão, e publicasse a Bíblia em três seções separadas, estaria prestando um serviço valioso, se esse fosse o método correto de se manejar (dividir) bem a Palavra de Deus.

INFELIZMENTE, noto que todos os livros de Historia da Igreja, relatam o inicio da Igreja a partir do livro de Atos, ou seja, após o Pentecostes. Todavia, na concepção Reformada a Igreja é fruto desde a criação. Isso não significa que todos os autores são dispensacionalistas, mas, penso que os mesmos deveriam trazer pelo menos uma nota de roda pé, mostrando a concepção reformada em relação à concepção que a mesma tem do inicio da Igreja.

__________________________
Rev. José Roberto de Souza é Pastor da Igreja Presbiteriana do Ibura, Recife/PE; Professor e Coord. do Departamento de História da Igreja no Seminário Presbiteriano do Norte (SPN); Especialista em História da Religião e da Arte (UFRPE); Mestrando em Teologia e História.

Extraído do site:
http://www.eleitosdedeus.org/dispensacionalismo/dispensacionalismo-jose-roberto.html#IDComment138885566#ixzz1IK1IqMdn

Informe autores, tradutores, editora, links de retorno e fonte. Não é autorizado o uso comercial deste conteúdo. Não edite ou modifique o conteúdo.
Under Creative Commons License:
Attribution Non-Commercial No Derivatives

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Um Profeta em Busca de Respostas

Por Taciano Cassimiro

Habacuque foi um profeta contemporâneo de Jeremias, seu nome significa abraço. Seu ministério foi exercido durante os primeiros anos do rei Jeoaquim 609-597 A.C, que foi capturado e levado cativo para Babilônia, Império Dominante. Segundo alguns comentaristas Habacuque era ligado aos serviços do templo, podendo ter sido um dos músicos.

Habacuque era um profeta diferente de seus antecessores e dos que vieram depois. O profeta não trouxe uma mensagem messiânica, em nada contribuiu para revelação progressiva de Deus na historia. Porém, podemos afirmar com segurança que ele era um profeta ousado, questionador e preocupado nas questões sociais de seu povo. Habacuque nos ajuda a entender que " fé e razão" podem andar lado a lado.

Habacuque era um profeta em busca de respostas. Via a opressão dos fortes sobre os fracos, dos ricos sobre os pobres, dos reis sobre os súditos, a destruição e a violência era aferido diariamente pelo profeta. Habacuque queria entender o porquê de tantos sofrimentos, de tantas tribulações. E ATÉ QUANDO as coisas continuariam desse jeito.

Nessa busca de respostas, ele:

Primeiramente diz , ATÉ QUANDO? O profeta questiona o próprio Deus. Porém, seu questionamento é fruto de um coração sincero, honesto e piedoso. Em nenhum momento coloca em cheque a soberania de Deus, tão costumeiro em nossos dias. Homens que dizem que colocam Deus na parede e pegam em sua beca e ordenam Deus fazer o que desejam. Habacuque não é assim, questiona, clama e grita, por saber que Deus tem uma resposta para o seus ATÉ QUANDOS, assim como tem resposta para os seus.

Em seguida Habacuque "escuta", pois, Deus estava em silêncio. Mesmo o profeta clamando, Deus nada respondia. Deus em sua soberania nos responde, quebra o silencio quando quer, e foi isso que aconteceu. Deus rompeu o silêncio, falou com o profeta e, mostrou que a obra que estava por fazer era maior, do que a desejada por Habacuque. E é sempre assim, Deus sempre faz as maiores coisas, alem daquilo que pedimos ou pensamos. Habacuque entendeu que o silencio de Deus diante de seus “ATÉ QUANDOS”, na verdade, era o momento da preparação de uma grande ação, de uma grande benção na história do seu povo.

Finalmente depois de obter as respostas de Deus e entender que o Senhor executa seus planos no tempo determinado, restando ao profeta esperar o seu agir. Habacuque louva, glorifica a Deus pelo que ELE É E FAZ. O profeta que em nenhum momento questionou a justiça, a bondade e sua santidade, revela que sua esperança está no Senhor, pois, o Senhor é o seu SALVADOR E A SUA FORTALEZA.

Muitas vezes apresentamos nossos “ATÉ QUANDOS?” diante de Deus por causa das tribulações que enfrentamos, das injustiças que contemplamos e, sofrimentos que passamos ou vemos os filhos de Deus passarem. 

Precisamos aprender três lições básicas:

1.      1. Deus tem respostas para os nossos “ATÉ QUANDOS?”. Ele escuta nosso clamor, questionamentos sinceros, e conhece nossa incapacidade de entender como é o seu AGIR.

2.               2. O silêncio de Deus não é sinal de apatia ou descaso de sua parte. É indicio de que Ele está preparando uma grande ação em nossas vidas.

3.           3.  Os planos de Deus só serão realizados no tempo, no tempo determinado e estabelecido por Ele. Então devemos esperar com paciência, louvar, adorar e glorificar pela sua fidelidade e, certeza de sua ação abençoadora e salvadora na historia do seu povo, na sua historia.


ORAÇÃO: Deus Todo-Poderoso, é verdade, que por causa de tantas tribulações, haja de nossa parte muitas perguntas. Perdoa a nossa limitação e incapacidade de entender o teu agir. Porém, mesmo diante de nossas fraquezas confiamos em Ti, e sabemos que tens respostas para nós, que virar no tempo determinado, no teu tempo, de acordo com tua vontade o Senhor agirá. 
Soli Deo Gloria !

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...